Até às 8h15 desta quarta-feira (4), em um período de 24 horas, os índices pluviométricos de municípios em Santa Catarina já passavam dos 100 milímetros de chuva acumulados. A situação mais sobressalente, de acordo com dados da plataforma Agroconnect, da Epagri/Ciram, foi em Florianópolis, que acumulou ao menos 150 milímetros de chuva em um dia.

Enquanto isso, Mirim Doce somava 136 milímetros acumulados. Já Curitibanos marcou 114 milímetros. Demais municípios espalhados por todo o Estado também tiveram índices elevados, considerando que durante esta semana pode chover o esperado para todo o mês de maio.

Na terça-feira (3), o o governador Carlos Moisés participou de uma reunião com o secretário chefe da Defesa Civil, David Busarello, e sua equipe técnica, para avaliar o cenário. Os alertas de atenção máxima seguem até a próxima quinta-feira (5).

Sul do Estado em alerta máximo

Os riscos devem seguir altos para alagamentos, inundações e deslizamentos, conforme já anunciado pela Defesa Civil, principalmente no Litoral Sul, onde são esperados mais estragos por conta das fortes chuvas. A região já é, no momento, a mais crítica de todo o Estado.

Até às 07h18 desta quarta-feira (4), o 8° BBM (Batalhão de Bombeiros Militar) atendeu a 47 ocorrências relacionadas às fortes chuvas somente na localidade. Entre elas, 20 pontos de alagamentos em Tubarão. Na cidade, o Corpo de Bombeiros também foi responsável pelo resgate quatro pessoas que estavam ilhadas no interior de suas residências.

As casas ficavam localizadas nas margens do Rio Morto, no bairro Madre.

Já em Armazém, os bombeiros atenderam dois cortes de árvore.

Um alagamento em uma residência no Bairro Pouso Alto, no município de Gravatal, também necessitou da ajuda dos oficiais. No lugar, foi feita uma abertura de saída de água no muro da casa, para que uma vazão maior abrisse e impedisse que a água invada a casa.

Em Orleans, os bombeiros atenderam um deslizamento de terra sobre a rodovia SC-390, que causou a obstrução total da pista. Máquinas da prefeitura do município auxiliaram no local fazendo a retirada do material. Eles também foram até um desmoronamento de barranco sobre uma residência, no bairro João Paulo.

Os moradores precisaram desocupar o imóvel e a Defesa Civil de Orleans foi acionada. Outros três alagamentos também foram  notificados na cidade. Já os bombeiros de São Ludgero atenderam, como força-tarefa, no bairro Alto Paraná, também em Orleans, outro deslizamento de terra em uma residência.

Foi realizado o isolamento da casa atingida pelos resíduos, sendo retirado os moradores do local, bem como objetos de valor. O caso também foi repassado para a defesa civil de Orleans para que as devidas providências fossem tomadas.

Além disso, outros pontos também foram atendidos:

• Em Braço do Norte: 5 pontos de alagamento, 1 deslizamentos de terra e 1 corte de árvore;
• Em São Ludgero: 1 alagamento e 1 deslizamento de terra;
• Em Laguna: 4 alagamentos e 1 corte de árvores;
• Em Imbituba: 1 deslizamento;
• Em Armazém: 2 cortes de árvores;
• Em Santa Rosa de Lima: 1 deslizamento de terra;
• Em Imaruí: 1 corte de árvore.

Nível do rio Itajaí-Açu preocupa

Apesar da situação mais crítica estar localizada no Sul de Santa Catarina, os estragos provocados pelas chuvas seguem sendo notificados em todo o Estado. No Vale do Itajaí, o nível do rio Itajaí-Açu ultrapassou os 7,11 metros e saiu do nível de atenção para o nível de alerta.

Por conta disso, Rio do Sul já tem ao menos 70 famílias desabrigadas, informou a Defesa Civil do município. As aulas foram suspensas na região e a rodovia SC-350, que fica entre Rio do Sul e Aurora está interditada. O trânsito foi interrompido nos dois sentidos.

Enquanto isso, o município de Blumenau lida com alagamentos nas ruas da cidade devido à alta do rio.

Chuvas provocam perdas de produções agrícolas no Oeste

Já em Iomerê, no Meio-Oeste de Santa Catarina, um agricultor perdeu toda a sua produção de hortaliças e parte da produção de milho devido às chuvas. A plantação fica às margens do rio XV, que transbordou e comprometeu milhares de pés de verdura em ponto de colheita, gerando um prejuízo de R$ 100 mil.