Tivi São Lourenço, 27 de outubro de 2024
Gerais

Agroindústria de Xanxerê registra primeira “carne na lata” inspecionada em SC

Pernil suíno desossado é frito na própria gordura e armazenado na lata, com prazo de validade de 180 dias.

Por Oeste Mais

Atualizado em 03/04/2024 | 12:09:00

A agroindústria Carnes Arvoredo, de Xanxerê, no Oeste catarinense, registrou a primeira “carne na lata” – temperada cozida de suíno em conserva – inspecionada no Estado.

Tradição anterior à popularização das geladeiras, surgindo da necessidade de armazenar e conservar a carne suína por períodos maiores, a “carne na lata” agora retorna a Santa Catarina com registro no Serviço de Inspeção Estadual da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc).

“Este produto faz parte da nossa história, pois quando criança era um alimento que sempre estava presente em nossa mesa e é também uma forma de gratidão e de homenagear meus pais. Ele fará parte do nosso portfólio, teremos uma iguaria saborosa e prática que desperta um sabor de infância”, comenta o sócio-proprietário da Carnes Arvoredo, Roberto Carlos Meneguzzi.

A “carne na lata” é um tipo de carne produzida por meio de um processo de conservação de alimentos, bastante apropriado para a aparência que os alimentos ficam envoltos na gordura, uma espécie de película brilhante, ou seja, carne cozida na própria gordura. É comumente produzida no interior brasileiro, principalmente nos estados de Minas Gerais e de São Paulo para o armazenamento de carne suína.

 

Neste processo do Frigorífico Arvoredo, o corte cárneo eleito é o pernil suíno desossado. Fritado lentamente na própria gordura e em seguida armazenado na lata, oriundo desse processo a origem do nome, onde é coberto pela própria gordura quente, retirando assim grande parte da água e umidade do preparo. O prazo de validade do produto é de 180 dias.

Conforme o médico-veterinário e coordenador Estadual de Inspeção de Abatedouros Frigoríficos de Suínos e Aves, do Departamento Estadual de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Deinp) da Cidasc, Henrique Sávio de Souza Pereira, os produtos que não tem Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade (RTIQ) podem ser submetidos à análise da coordenação de produtos cárneos do Deinp, para que o estabelecimento tenha a aprovação e liberação do produto para comércio estadual. 

“Vale ressaltar que desta forma, os estabelecimentos têm a liberdade para diversificar os produtos ofertados, com o aval técnico e garantia de segurança alimentar, concedido por meio da aprovação do médico veterinário da Cidasc”, explica o médico veterinário Henrique Sávio de Souza Pereira.

No Brasil a técnica e o hábito do consumo da carne na banha se difundiram com a chegada dos colonizadores europeus que, além de gerarem maior demanda por alimentos que pudessem ser transportados e conservados, trouxeram, também, os primeiros suínos para o país. Porém, é possível remeter a técnica de conservação da carne em gordura também a um alimento de raízes indígenas, a mixira, tradicional em algumas partes da região amazônica.

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