Caso aconteceu em colégio estadual de União da Vitória (PR). Mãe da vítima denunciou caso à polícia, que iniciou investigação. g1 tenta identificar defesa dos envolvidos.
Três adolescentes de 17 anos são investigados pela Polícia Civil (PC-PR) do Paraná após um deles publicar no Instagram um vídeo em que o trio pratica bullying contra um jovem de 20 anos, que possui síndrome de Down.
"Isso não é brincadeira, é crime. É abuso, agressão, violência. Quero que eles [adolescentes denunciados] vejam que existe penalidade, porque na visão deles não dá em nada", afirma a mãe do estudante vítima.
Os quatro estudavam juntos na turma do terceiro ano do Ensino Médio do Colégio Estadual São Cristóvão, de União da Vitória, no sul do Paraná, onde aconteceu o caso. Eles se formaram na sexta-feira (15).
A Polícia Civil instaurou um Boletim de Ocorrência Circunstanciado, procedimento equivalente ao inquérito, porém, voltados para menores de 18 anos, para investigar atos infracionais análogos aos crimes de "praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência" e "submeter criança/adolescente a vexame".
O que o vídeo mostra
No vídeo, o adolescente que faz a filmagem chama os outros dois e os pergunta se eles querem R$ 2 ou um "presente especial".
Quando eles respondem pela segunda alternativa, o autor do vídeo vai até a vítima, que está escrevendo no quadro negro, e a vira de frente para a câmera abruptamente. Veja acima.
Após ser virado pelo estudante, o jovem não reage. Ao fundo, é possível ouvir risadas e uma jovem falando "Ai, gente, coitado [sic]".
A gravação foi feita na terça-feira (12). O material foi publicado em uma lista chamada "close friends", em que apenas alguns seguidores têm acesso à publicação.
O material vazou, viralizou na internet e foi anexado ao Boletim de Ocorrência (B.O).
'Não é brincadeira, é crime'
A mãe da vítima, Cleide Cristina Naconiecni, conta que foi informada sobre o caso pelo colégio. Para ela, trata-se de um caso de discriminação.
Ela registrou o boletim de ocorrência após uma reunião entre a direção do colégio, os alunos envolvidos e os responsáveis por eles.
"Existe um limite entre o que é brincadeira e o que é legislação, entre o que pode e o que não pode", afirma.
Segundo a mãe, os três adolescentes e a vítima foram colegas de turma do terceiro ano do Ensino Médio.
"São alunos do terceiro ano, como que estão saindo para a sociedade? Eu disse para a mães deles na reunião: eu estaria muito decepcionada se fosse o meu filho fazendo isso, mais do que estou triste com ele sendo vítima, até. Elas pediram desculpas, mas chegaram a defender que os meninos falaram que o meu filho é 'especial', como se fosse em outro sentido", afirma Cleide.
Jovem estudou no colégio desde o sexto ano
O jovem agredido estudou no Colégio Estadual São Cristóvão desde o sexto ano do ensino fundamental, conta a mãe dele.
Antes, ele estudava em uma escola municipal e frequentava a Apae. Cleide também ressalta que, antes, nunca teve conhecimento de nenhum ato parecido contra o filho, mas que imagina que tenha acontecido.
Devido à síndrome de Down, o aluno possui dificuldade na fala e na compreensão - e, por isso, ela acredita que ele não entendeu a gravidade da situação.
"Ele não me contou nada, e eu evito falar com ele sobre isso para não magoá-lo. Ele sempre foi muito bem tratado pela escola e tem um convívio muito legal com a maioria dos colegas", afirma.
Caso não é isolado, diz instituição da cidade
A Associação Laços De Amor Down (Alad), de União da Vitória, emitiu uma nota de repúdio e disse que não se trata de um caso isolado.
"A educação inclusiva está assegurada em lei e todos têm o direito de estarem no ambiente da escola crescendo e se desenvolvendo em comunidade. [...] O ocorrido não é isolado, pois infelizmente essa situação se repete constantemente em diversas escolas. [...] Esperamos não ver mais cenas como as que vemos no episódio dessa escola e que todos possam estudar, se desenvolver e ocupar os espaços na sociedade como cidadãos", diz o texto.
O que diz a Secretaria de Educação do Paraná
A Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed-PR) categorizou o ato como bullying.
Ainda conforme a pasta, o colégio possui duas Sala de Recursos Multifuncionais (SRM), que contam com equipamentos e recursos voltados a estudantes do público-alvo da educação especial.
A Seed-PR também afirma que lamenta o ocorrido, que reforça "seu comprometimento em promover uma cultura de respeito e inclusão no espaço educacional" e que a situação "segue sob condução das autoridades da segurança pública do estado".
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