Tivi São Lourenço, 25 de novembro de 2024
Gerais

Após ataque em creche, SC anuncia colocar um policial armado em cada escola estadual em até 60 dias

Ataque ocorreu na quarta-feira, na creche Cantinho Bom Pastor. Além dos mortos, cinco crianças foram feriram.

Por G1/SC

Atualizado em 11/04/2023 | 08:22:00

O governador Jorginho Mello (PL) anunciou nesta segunda-feira (10) que, em até 60 dias, todas as escolas estaduais de Santa Catarina terão ao menos um policial armado. A decisão ocorre após o ataque em uma creche de Blumenau, no Vale do Itajaí, que matou quatro crianças.

A iniciativa custará R$ 70 milhões ao ano e será implementada em 1.053 unidades de ensino. Além de policiais militares que estão na ativa, o Estado planeja chamar profissionais aposentados.

O ataque ocorreu na quarta-feira (4), na creche Cantinho Bom Pastor. Além dos mortos, cinco crianças se feriram. As vítimas tinham entre 4 e 7 anos de idade.

"Onde a criança estiver brincando ele [agente de segurança] tem que estar junto. As crianças estão no parquinho ele tem que estar junto", disse o governador.

Além dos agentes armados, o governo anunciou a criação de um protocolo de segurança com ronda reforçada, treinamento de professores para reação em situações de violência, um centro integrado de operações policiais e a criação de um Comitê Permanente de Segurança nas escolas.

Em relação às creches e escolas municipais, Mello afirmou que o Estado não irá exigir a escolta armada e que será de responsabilidade de cada administração a decisão. "A gente vai ter colaboração com os prefeitos e entendimentos, mas é de responsabilidade do município."

"Já começamos o processo. A ronda na escola já começou, o vigia na escola já começou. E o homem ou a mulher armada dentro da escola em 60 dias a gente começa", disse.

Após o crime, a prefeitura de Blumenau anunciou férias na rede municipal de ensino para contratar segurança privada. As aulas retornam em 17 de abril.

Outras medidas, como a implantação de 125 câmeras nas escolas do município, já haviam sido anunciadas pela prefeitura após o ataque à creche. A creche onde houve o ataque fará uma reunião com órgãos do governo, na terça (11), para traçar planos de segurança.

Em entrevista na sexta-feira (7), a fundadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Violências (NUVIC) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Ana Maria Borges de Sousa, já havia afirmado que a presença de vigilantes ou a policiais nas escolas em uma lógica de "criar personagens que fazem a repressão" pode auxiliar no combate das violências, mas não é suficiente.

Segundo a especialista, é necessário políticas públicas, com o auxílio da comunidade escolar, gestões e governos para incentivar uma cultura de direitos humanos e de direito à vida.

"A gente precisa incentivar nas escolas, nas famílias nas instituições uma cultura de direitos humanos e de direito à vida. É preciso implementar uma gestão de cuidado com a vida" explica.

Crime

O ataque ocorreu na unidade de ensino particular que fica na rua dos Caçadores, no bairro Velha. Segundo a polícia, o assassino pulou o muro da creche e iniciou o ataque com uma machadinha.

Após a ação, ele se entregou no Batalhão da PM. O suspeito tem passagens na polícia por porte de drogas, lesão e dano, segundo a Polícia Civil.

Na quinta-feira (6), o assassino teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. A decisão que o mantém na cadeia por tempo indeterminado ocorreu em audiência de custódia.

Quem são as vítimas

  • Bernardo Cunha Machado: 5 anos
  • Bernardo Pabst da Cunha: 4 anos
  • Larissa Maia Toldo: 7 anos
  • Enzo Marchesin Barbosa: 4 anos

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