Irmãos que assassinaram quatro membros da mesma família também devem indenizar familiares das vítimas.
O julgamento dos dois irmãos que assassinaram quatro pessoas por vingança em Campo Erê, no Extremo-Oeste catarinense, resultou na condenação de 240 anos de prisão para cada autor. O júri iniciou na segunda-feira (13), e finalizou nesta terça-feira (14), com forte esquema de segurança.
Além das quatro mortes, eles responderam por seis tentativas de homicídio, todos os crimes ocorridos na linha Doze de Novembro, no interior de Campo Erê, em janeiro de 2023.
As vítimas assassinadas foram Emidia dos Santos, de 53 anos, Marinalva dos Santos, de 18, Ana Claudia Schultz, de 35, e Carlos Delfino, de 63 anos.
"A justiça foi feita", foi a fala e a sensação de familiares e amigos das vítimas que acompanharam a sessão do tribunal do júri. A tese apresentada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), representado pelos promotores de justiça Susane Ramos e José da Silva Júnior, foi acolhida pelos jurados e além da prisão, os réus devem indenizar em R$ 100 mil os familiares de cada vítima morta, em R$ 50 mil cada uma das três vítimas vivas com ferimentos e em R$ 20 mil as três que não tiveram lesões.
A sessão foi marcada pela emoção dos presentes durante todo o julgamento. Foram dois dias de trabalho em que foram ouvidos os relatos de nove testemunhas, dentre elas, as vítimas que sobreviveram. Neste tempo também ocorreram os interrogatórios dos réus e os debates entre acusação e defesa.
Ao fim da sessão, a sentença foi lida pela juíza presidente do Tribunal do Júri e os réus restaram condenados por quatro homicídios e seis tentativas, todos qualificados por motivo fútil, perigo comum e recurso que dificultou a defesa das vítimas.
"Este julgamento representa uma vitória da sociedade contra a impunidade. Nossa atuação neste caso teve como objetivo honrar a memória das vítimas e dar voz às famílias que clamam por justiça. [...] Esperamos que este desfecho traga não apenas a sensação de justiça, mas também um alerta para que atrocidades como essa jamais se repitam. Continuaremos firmes na luta pela proteção dos direitos e pela construção de uma sociedade mais justa e humana", ressaltou a Promotora de Justiça Susane Ramos.
Para duas filhas de uma das vítimas que sobreviveu à chacina, que acompanharam de perto o julgamento, o sentimento é de que finalmente a justiça foi feita. “Ver os culpados sendo responsabilizados nos dá um pouco de paz e alívio”, disse Rosinha Aparecida dos Santos.
“Foi muito difícil reviver tudo durante o julgamento, mas foi necessário para que a verdade fosse mostrada. Esperamos que este caso sirva de exemplo, para que nenhuma família tenha que passar pelo que passamos”, enfatizou Rosemira dos Santos.
Relembre o crime
Segundo as investigações, os crimes foram motivados por vingança, após o irmão dos réus tirar a própria vida. O suicídio foi atribuído ao fato da esposa dele ter pedido o divórcio na noite anterior. Todas as vítimas eram familiares ou próximas da mulher.
De acordo com a denúncia, um dos acusados manifestou desejo de vingança ainda na casa do irmão falecido. A mulher se escondeu em outra cidade. À noite, o outro acusado chegou de carro em um bar, no interior do município, e efetuou diversos disparos de espingarda.
Na residência atrás do estabelecimento, novos disparos foram feitos. O morador saiu e atingiu, de raspão, um golpe de faca no atirador que fugiu. No local, foram quatro vítimas fatais: tia, irmã, pai e uma comadre da mulher. Outras seis pessoas estavam no local, mas sobreviveram ao ataque.
O MPSC destacou na denúncia que as vítimas foram surpreendidas por um ataque violento e inesperado, sem chance de defesa. Os disparos foram feitos em uma área bastante povoada, colocando várias pessoas em risco.
Cabe recurso da sentença, mas a Justiça negou aos réus o direito de recorrerem em liberdade.
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