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Baixa adesão à vacinação contra a poliomelite acende alerta sobre atraso na aplicação de doses em crianças; confira o calendário

A Organização Mundial da Saúde (OMS) observou que, enquanto houver um caso da doença em um país, o resto do mundo está sob risco

Por Gaúcha / ZH

Atualizado em 15/03/2022 | 07:56:00

A baixa adesão à vacinação infantil pode trazer de volta doenças consideradas erradicadas, como a poliomielite, que provoca paralisia. Segundo dados do DataSus, do Ministério da Saúde, divulgados pelo G1, a cobertura vacinal contra a pólio no Brasil caiu de 96,55% em 2012 para 67,71% em 2021, levando em conta as três doses que são dadas ainda nos primeiros meses de vida. 

Um surto de pólio no Malawi, na África, serve de alerta para os países onde a cobertura contra a doença vem ficando curta. No dia 17 de fevereiro, autoridades sanitárias notificaram o primeiro caso selvagem de poliomielite em mais de cinco anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) observou que, enquanto houver um caso da doença em um país, o resto do mundo está sob risco. 

Mas não é só a vacinação contra a pólio que está ficando abaixo do ideal. De acordo com o pediatra e infectologista Marcelo Otsuka, que coordenada o Comitê de Infectologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), outros imunizantes que constam no Calendário Nacional de Vacinação estão deixando de ser procurados.
Um reflexo, segundo ele, dos movimentos antivacina. 

— É uma situação crítica. Coqueluche, sarampo, pneumonia. São diversas vacinas que têm tido uma queda na cobertura vacinal, e um dos grandes responsáveis por isso é o movimento antivacina. Inclusive, na Europa, onde o movimento antivacina é maior do que no Brasil, houve um boom de casos de sarampo — observa o médico. 

No Rio Grande do Sul, uma pesquisa realizada em 2019 pelo governo do Estado buscou compreender a baixa adesão à vacinação de crianças. Entre os motivos citados pelos responsáveis, o principal foi a desinformação ou até descaso (59%), como medo de efeitos colaterais, a descrença nas vacinas e até o fato de não haver surto das doenças. Em seguida, as razões citadas foram problemas envolvendo a saúde das crianças (31%) e problemas envolvendo as unidades básicas de saúde (30%).

O fato de não haver surtos de doenças erradicadas pode confundir a população, que acaba relaxando na procura pelas vacinas. 
— Muitas vezes, as pessoas têm a falsa sensação de segurança, porque não se fala mais de algumas doenças. Mas essas doenças foram justamente controladas pelas vacinas — diz Otsuka.

Confira o calendário da vacinação para crianças atendidas pelo SUS:

Recém-nascidos

BCG (dose única)
Hepatite B (dose inicial)

2 meses

Pentavalente (DTP + Hib + HB) (1ª dose)
Poliomielite inativada (1ª dose)
Rotavírus humano oral (1ª dose)
Pneumocócica 10 (1ª dose) 

3 meses

Meningocócica C (1ª dose)

4 meses

Pentavalente (DTP + Hib + HB) (2ª dose)
Poliomielite inativada (2ª dose)
Rotavírus humano oral (2ª dose)
Pneumocócica 10 (2ª dose) 

5 meses

Meningocócica C (2ª dose)

6 meses

Pentavalente (DTP + Hib + HB) (3ª dose)
Poliomielite inativada (3ª dose)
Influenza (oferecida anualmente na Campanha Nacional contra Influenza)

9 meses

Febre amarela (1ª dose)
12 meses
Tríplice viral (1ª dose)
Pneumocócica 10 (reforço) 
Meningocócica C (reforço)

15 meses

Tríplice bacteriana (DTP) (1º reforço)
Poliomielite oral (VOP) (1° reforço)
Tríplice viral (segunda dose)
Varicela (1ª dose)
Hepatite A (dose única)

4 anos

Tríplice bacteriana (DTP) (2º reforço)
Poliomielite oral (VOP) (2º reforço)
Varicela (2ª dose)
Febre amarela (reforço)

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