Tivi São Lourenço, 01 de novembro de 2024
Gerais

Caso Marielle Franco: Lessa e Queiroz são condenados a 138 anos de prisão

Condenação vem após dois dias de julgamento; delação reduz penas dos assassinos

Por ND Mais

Atualizado em 01/11/2024 | 09:57:00

Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, apontados como assassinos da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, receberam sua condenação nesta quarta-feira (30). Ronnie é o autor dos disparos que mataram a vereadora e seu motorista, Anderson Gomes, em 14 de março de 2018. Élcio dirigia o carro usado no atentado.

A dupla foi condenada por:

Duplo homicídio (de Marielle e de Anderson) triplamente qualificado – motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima;
Tentativa de homicídio contra a assessora de Marielle, Fernanda Chaves, que sobreviveu ao atentado e prestou depoimento nesta quarta-feira;
Receptação do Chevrolet Cobalt prata, usado no crime e que era clonado;
Qual a pena de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz
O Tribunal de Júri do Rio de Janeiro, após dois dias de julgamento, determinou que:

Ronnie Lessa foi condenado a 78 anos e 9 meses;
Élcio Queiroz foi condenado a 59 anos e 8 meses.
Delação premiada
No entanto, por conta de um acordo de delação, ficou estabelecido que Lessa cumprirá, no máximo, 18 anos em regime fechado e mais 2 anos em regime semiaberto, enquanto Queiroz cumprirá, no máximo 12 anos em regime fechado.

Ambos também deixarão as penitenciárias federais e serão transferidos para presídios estaduais no Rio de Janeiro. Lessa estava na penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo. Já Queiroz estava no Complexo da Papuda, em Brasília.

O acordo de delação poderá, ainda, ser anulado caso se comprove que houve alguma mentira na declaração dos réus.

Lessa pediu perdão e disse que Marielle era “uma pedra no caminho”
Durante o julgamento, Lessa pediu perdão às famílias das vítimas e à própria família pelo crime. Ele disse que Marielle foi morta porque era “uma pedra no caminho” no loteamento de terrenos a milicianos.

O assassino afirmou que lhe ofereceram uma recompensa de R$ 25 milhões para cometer o crime e, por isso, não conseguiu recusar a proposta.

Queiroz declarou que foi chamado por Lessa para dirigir o veículo no dia do crime. No entanto, ele disse que só descobriu que participaria de um homicídio quando chegou ao local do evento onde Marielle estava e viu o comparsa preparando uma submetralhadora.

Possíveis mandantes do crime
Lessa e Queiroz responderam à Justiça do Rio pelo envolvimento direto no momento da morte de Marielle Franco. No entanto, durante as investigações, Lessa apontou que os irmãos Brazão foram os mandantes do assassinato.

Eles são o deputado federal, Chiquinho Brazão (sem partido/ RJ) e o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Domingos Brazão. Por ocuparem cargos públicos, eles respondem a outro processo, julgado pelo Supremo Tribunal Federal.

Além dos irmãos, o delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, e o major da Policia Militar, Ronald Paulo de Alves Pereira, também são acusados de serem os mandantes do assassinato. Todos estão presos.

 

Relembre o assassinato de Marielle Franco
Marielle Franco (PSOL) ocupava o primeiro mandato como vereadora no Rio de Janeiro quando foi assassinada no bairro do Estácio, na capital carioca. Ela voltava de um encontro de mulheres negras na Lapa, quando o carro em que estava foi alvejado.

Ronnie Lessa e Élcio Queiroz estavam em um Chevrolet Cobalt prata e seguiram Marielle por cerca de 3 km até emboscarem o carro em que ela estava e efetuarem diversos disparos.

Ela foi atingida por quatro tiros – três na cabeça e um no pescoço – e morreu na hora. O motorista do veículo, Anderson Gomes, também foi atingido com três tiros nas costas e morreu. A assessora Fernanda Chaves, que estava ao lado da parlamentar, foi ferida por estilhaços, mas sobreviveu.

 

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