Tivi São Lourenço, 24 de novembro de 2024
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Casos de tromboses são maiores em mulheres que fazem o uso de contraceptivos orais combinados

Estudo aponta que algumas pílulas provocam resistência às proteínas anticoagulantes naturais do corpo

Por Oeste Mais

Atualizado em 11/12/2023 | 17:44:00

Um estudo publicado pelo Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research, revista online para divulgação de artigos científicos, aponta que o risco de Trombose Venosa Profunda (TVP) em mulheres em idade reprodutiva varia de 5 a 10 casos a cada 10 mil mulheres por ano. Já entre as que utilizam Contraceptivos Orais Combinados (COC), o risco aumenta, subindo para 8 a 10 casos.

A doença ocorre quando há a formação de um coágulo nas veias profundas, podendo causar uma obstrução completa ou parcial do fluxo sanguíneo. Em alguns casos, o uso de COC pode aumentar significativamente também o risco de tromboembolismo venoso, patologia que envolve tanto a TVP quanto a embolia pulmonar. 

Para a ginecologista, obstetra e especialista em saúde da mulher, Ana Carolina Romanini, nem todas as pílulas farão com que a mulher corra o risco de desenvolver trombose.

“As pílulas anticoncepcionais que aumentam o risco de TVP são apenas as do tipo combinado, que juntam derivados do estrogênio com progestágeno. Ainda assim, a chance de desenvolver a doença é pequena. Se preferir, a mulher pode optar por outros métodos, como contraceptivos injetáveis, anel vaginal combinado, DIU e até mesmo laqueadura, que oferecem benefícios semelhantes”, explica.  

O risco de Trombose Venosa Profunda é maior em mulheres que utilizam pílulas contendo ciproterona, drospirenona, gestodeno e desogestrel, associado a um estrogênio e isso acontece porque esse tipo de contraceptivo provoca uma resistência às proteínas C-reativas, que agem como anticoagulantes naturais do corpo. Por conta disso, o organismo pode ser afetado e ficar mais propício à aparição de coágulos, levando à trombose.

“Existem diversas categorias de contraceptivos orais combinados. Mulheres com algum fator de risco podem optar por utilizar os que contêm em sua composição apenas o progestágeno, que apresentam um risco menor do desenvolvimento da TVP”, alerta a ginecologista.

A trombose causada por anticoncepcional pode gerar alguns sintomas específicos, como inchaço no membro afetado, dores nas pernas e também a aparição de manchas vermelhas escuras ou até mesmo azuladas.

Mulheres que são hipertensas, obesas, diabéticas ou têm alguma outra doença devem conversar com um especialista e optar por não utilizar contraceptivos orais combinados, pois esses problemas são fatores de risco para o desenvolvimento da TVP.

“Um fator muito importante que deve ser levado em consideração antes de iniciar o uso da pílula anticoncepcional é a trombofilia hereditária, que aumenta a predisposição para um episódio trombótico, podendo a pílula ser um gatilho para o desenvolvimento da trombose. Dessa maneira, outros métodos contraceptivos devem ser avaliados e considerados”, explicou o cirurgião vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBAVC), Márcio Steinbruch. 

O diagnóstico da Trombose Venosa Profunda pode ser feito por meio de ecografia e exame de sangue. Já o tratamento é realizado com anticoagulantes administrados em forma de injeções ou comprimidos, e também os fibrinolíticos, administrados por via endovenosa.

“Algumas pacientes podem precisar passar por uma cirurgia minimamente invasiva, por cateterismo, onde um dispositivo é inserido na veia e destrói os coágulos”, comenta Steinbruch.

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