Foram apreendidas cinco caixas de PMMA, substância aprovada para uso médico em casos específicos e desaconselhada para fins estéticos.
A Polícia Civil apreendeu, nesta sexta-feira (17), cinco caixas de polimetilmetacrilato (PMMA) na clínica de estética Revive, em Cascavel, no oeste do Paraná, onde uma paciente ficou com o rosto deformado após um procedimento estético.
Segundo o Conselho Regional de Farmácia (CRF-PR), o PMMA é uma substância sintética aprovada para uso médico em casos específicos, como cirurgias reparadoras, e desaconselhada para fins estéticos, pelo alto risco de complicações, como inflamações, infecções e deformidades permanentes.
A apreensão fez parte de uma operação que apura práticas ilícitas relacionadas a atividades estéticas. Segundo a corporação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na clínica e na casa do farmacêutico Tiago Tomaz da Rosa e da esposa dele, a médica Carolina Milanezi Bortolon Rosa.
Os dois são suspeitos de deformarem o rosto da paciente Raquel Roseli Demichei Dornelles, que procurou a clínica em 2023 para fazer "Sculptra", procedimento para estimular produção de colágeno na pele. No entanto, ela alega que o farmacêutico aplicou no rosto dela PMMA. A substância foi indicada por um exame de biópsia contratado pela vítima. Relembre o caso abaixo.
Na residência do casal, segundo a polícia, foram apreendidos diversos documentos relacionados às atividades desenvolvidas pelos investigados, além de uma máquina de contar dinheiro.
Na clínica, além do PMMA, foram apreendidos um computador desktop, três notebooks, um tablet e diversos documentos. Conforme a polícia, o telefone do estabelecimento não foi localizado.
Investigações
Após as investigações do caso envolvendo a paciente Raquel, o casal foi indiciado pelos crimes de lesão corporal gravíssima e estelionato. O farmacêutico também foi indiciado por exercício ilegal da medicina.
O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público do Paraná. O g1 questionou o órgão se ele ofereceu denúncia do caso à Justiça, mas não teve resposta até a publicação desta reportagem.
Após a denúncia de Raquel, outras duas pacientes também procuraram a polícia que abriu novo inquérito contra o casal para apurar possíveis crimes de coação no curso do processo, lesão corporal gravíssima e exercício ilegal da medicina.
'Não podia mais me olhar no espelho', diz vítima
Raquel conta que demorou cerca de 9 meses para entender que haviam feito um procedimento diferente do qual ela tinha contratado.
"No início tinha muita dor. Eu comecei a ter várias alergias. Eu não podia mais me olhar no espelho. Eu eu passei por um médico psiquiatra, para tomar remédio. Nem meu marido me aguentava, porque eu me olhava no espelho, eu me achava feia. Eu quase me separei", lembra Raquel.
Segundo ela, durante o procedimento relatou ao farmacêutico que estava sentido muita dor. No entanto, ele disse a ela que era um sintoma comum do "Sculptra".
Em casa, a dor não passou, e Raquel começou a notar que rosto estava inchando, momento que decidiu procurar a clínica novamente.
Ela afirma que, na clínica, foi medicada, e que Tiago disse novamente a ela que o inchaço era comum e fazia parte do procedimento.
Raquel alega ainda que, no local, era medicada pela esposa do farmacêutico, a dermatologista Carolina Milanezi Bortolon Rosa, que dizia a ela que os efeitos colaterais eram resultados de uma alergia.
Segundo ela, até aquele momento, ainda acreditava que se tratava de efeito colateral do procedimento que havia contratado e tinha a esperança que o corpo absorvesse a substância aplicada, como o esperado nas utilizações de "Sculptra".
"Eu continuei indo porque ele falou: 'Raquel, você teve um processo diferente. Vai gerar mais colágeno'. Eu continuei inchando e eu pensei: 'Daqui a um ano, meu corpo vai absorver e vai voltar ao formato normal'", lembra a vítima.
Após não ver melhoras, a empresária decidiu procurar atendimento dermatológico especializado. O médico que a atendeu suspeitou do produto usado e pediu para ela realizar um exame de biópsia, que indicou a presença de PMMA no rosto da paciente.
Após a história de Raquel repercutir na internet, ela foi procurada por outras mulheres que alegam terem tido problemas após passarem por procedimentos na Clínica Revive.
Em nota, a defesa de Tiago e Carolina informou que com relação ao caso da paciente Raquel, que a mesma assinou um termo de consentimento "estando ciente das possíveis reações adversas" e que a denúncia é falsa e difamatória. A nota diz ainda que o procedimento foi adequado, sem qualquer imprudência, negligência ou imperícia por parte do profissional.
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