Educação dos jovens e acesso a tratamentos e profissionais de saúde são a base do enfrentamento e redução do problema.
O Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo é uma data muito importante para conscientizar a população sobre os perigos do uso abusivo de substâncias psicoativas. A data é celebrada anualmente no dia 20 de fevereiro e alerta sobre os riscos à saúde e à vida que o consumo dessas substâncias pode causar.
Segundo o Ministério da Saúde, o consumo de drogas e álcool é um problema de saúde pública no Brasil. De acordo com dados do Sistema de informações sobre Mortalidade (SIM), mais de 11 mil mortes anuais no país foram relacionadas a transtornos mentais e comportamentais em decorrência do uso de álcool e outras drogas.
Apesar de todos os avanços na Saúde, ainda há estigmas ao falar de saúde mental, o que afasta a população de fontes confiáveis de informação além de interferir nas chances de tratamento e reabilitação. O uso de substâncias psicoativas, lícitas, como álcool e tabaco, ou ilícitas e sintéticas, expõe o usuário a diversos riscos como a perda do controle de uso delas, com impactos em trabalho, estudo, finanças, relacionamentos interpessoais, e até neoplasias, cirrose, além de transtornos de saúde mental.
“A população jovem é muito vulnerável ao uso dessas substâncias psicoativas por estar num momento em que não terminou o amadurecimento do corpo bem como uma das mais afetadas pelos transtornos associados ao uso dessas substâncias. A prevenção, o diálogo aberto e o acesso a serviços de tratamento são prioridades no enfrentamento desse grave problema”, afirma o psiquiatra Ivan Piazarolo Ho.
O Relatório Mundial sobre Drogas de 2023, do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), indica que a oferta de drogas ilícitas tem atingido níveis sem precedentes, e que as redes de tráfico estão cada vez mais ágeis, o que agrava problemas de saúde em todo o mundo.
A estimativa do órgão é que, globalmente, mais de 296 milhões de pessoas usaram drogas, em 2021, um aumento de 23% em relação à década anterior. Enquanto isso, o número de pessoas que sofrem de transtornos associados ao uso de drogas subiu para 39,5 milhões, um aumento de 45% em 10 anos.
O especialista Ivan Piazarolo lembra do exemplo de países como os EUA que tem lidado com usuários de opioides sintéticos como o fentanil, substância aproximadamente 100 vezes mais potente que a morfina e 50 vezes mais potente que a heroína como analgésico.
Uma dose de 2mg, menor que a ponta de um lápis, é suficiente para matar um adulto. No Brasil, o psiquiatra aponta a gravidade da entrada no país dos chamados canabinóides sintéticos, popularmente chamados de maconha sintética ou K2/K9, em que o uso de pequenas doses é suficiente para gerar adição, ou o transtorno grave de uso de substância, em que o usuário já não tem controle sobre o uso dessa substância e dos impactos causados em sua vida.
O Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Álcool é uma oportunidade para promover e conscientizar sobre os perigos do uso abusivo de substâncias psicoativas e um estímulo em prol de uma sociedade mais saudável.
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