Serpente com o veneno mais forte do país será levada ao Butantan para produção de soro antiofídico, de acordo com o biólogo Christian Raboch. Réptil expelido também é analisado.
Uma cobra-coral verdadeira, considerada a mais venenosa do país, chamou a atenção após vomitar por inteiro uma cobra-de-duas-cabeças que havia engolido em Jaraguá do Sul, no Norte catarinense. Caso será levado para estudo no Instituo Butantan.
Segundo o biólogo Christian Raboch, que fez o registro, a serpente expeliu o animal um dia após ela aparecer em uma casa e ser resgatada pelo profissional.
"É raro resgatar uma serpente logo após ela ter ingerido uma presa. E vai de cada animal regurgitar ou não", explica o biólogo, especializado no resgate de animais silvestres, na quarta-feira (11).
Christian capturou a coral na sexta-feira (6). No dia seguinte, ao trocar a água do animal, já na sede da Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente (Fujama), viu que ele havia vomitado uma cobra-de-duas-cabeças. O réptil, apesar do nome, não é uma considerado uma serpente.
A cobra-coral verdadeira, de 69 cm, será enviada ao Butantan para extração do veneno e produção do soro antiofídico.
Uma nota científica sobre o animal expelido, de 31 cm, também está sendo produzida, segundo o especialista. O texto é feito em parceria com o instituto, referência em pesquisas biológicas.
Estresse de captura
A reação da cobra-coral verdadeira, que, segundo Raboch, tem o veneno mais forte entre as espécies que ocorrem no Brasil, aconteceu devido a um "estresse de captura".
"Quando as serpentes comem algo, geralmente elas ficam pesadas, mais vulneráveis. Quando elas se sentem estressadas, ou quando há alguma ameaça por perto, elas acabam regurgitando aquilo que comeram para ficarem mais leves e poderem fugir", explica.
Corais-verdadeiras
Apesar do veneno, acidentes com cobras-corais verdadeiras são raros, pois não costumam dar bote. A peçonha, conforme Raboch, tem ação neurotóxica.
O biólogo Gilberto Duwe também explica que as corais costumam aparecer mais logo após períodos úmidos e de frio.
De acordo com o especialista, depois de períodos de chuva, normalmente há certo aquecimento. Essas são as condições de tempo propícias para a espécie decidir sair da situação de recolhimento e buscar alimento em outros lugares.
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