Tivi São Lourenço, 09 de março de 2025
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Dia Internacional da Mulher: por que comemoramos essa data?

Mais do que uma celebração, data reforça importância de reconhecer e valorizar as lutas do público feminino.

Por Oeste Mais

Atualizado em 08/03/2025 | 10:53:00

O Dia Internacional da Mulher tem diferentes significados: celebração, reflexão ou até um momento de luta. Todos os anos, no dia 8 de março, essa data ganha destaque em todo o mundo, trazendo homenagens, mensagens carinhosas e, principalmente, a lembrança da trajetória de conquistas e desafios enfrentados pelas mulheres ao longo da história.

Mais do que uma comemoração, a data reforça a importância de reconhecer e valorizar as lutas por direitos e melhores condições de vida. 

Origem

A história do Dia da Mulher começou há mais de 100 anos, ainda no século XIX, a partir de uma série de eventos em diferentes lugares do mundo. Na época, as condições precárias de trabalho e a desigualdade econômica e política levaram milhares de mulheres às ruas para lutar por seus direitos.

Com os protestos ganhando força, a ativista Clara Zetkin sugeriu, durante uma conferência na Dinamarca, em 1910, a criação de uma mobilização global anual em defesa dessas pautas. A ideia ganhou força e o primeiro Dia Internacional da Mulher foi celebrado no ano seguinte, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça.

Depois disso, outros acontecimentos contribuíram para consolidar uma data específica para marcar a luta das mulheres. Em março de 1911, um incêndio em uma fábrica têxtil em Nova Iorque vitimou 125 trabalhadoras. As más condições de trabalho geraram revolta e reivindicações no país.

Já em 1917, no dia 23 de fevereiro pelo calendário russo – ou 8 de março pelo calendário gregoriano, adotado em 1918 pelos soviéticos –, cerca de 90 mil operárias se reuniram na Rússia para protestar contra a fome e pelo fim da guerra. O movimento ficou conhecido como “Pão e Paz” e deu origem à celebração do dia da “mulher heroica e trabalhadora” no país.

No entanto, o Dia Internacional da Mulher só foi oficializado em 1975, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o 8 de março para lembrar as conquistas políticas e sociais das mulheres. Após mais de um século, a data segue como uma importante referência para marcar as lutas das mulheres e a busca pela equidade de gênero.

Cor roxa

O roxo é uma cor que foi historicamente associada ao movimento feminista e à luta pelos direitos das mulheres. Durante o início do século XX, as mulheres que lutavam pelo direito de voto nos Estados Unidos, conhecidas como sufragistas, muitas vezes usavam a cor roxa como parte de sua identidade visual.

Além disso, o roxo também é uma cor que simboliza criatividade, coragem e dignidade, características frequentemente associadas às mulheres e à sua luta por igualdade e reconhecimento.

Assim, a cor acabou se tornando um símbolo do Dia Internacional da Mulher, representando uma maneira de homenagear e reconhecer a força, a resiliência e as conquistas ao longo da história.

Empoderamento feminino

Mais do que um evento para homenagens e presentes, o Dia da Mulher é um momento para valorizar as conquistas e reforçar a busca contínua pelos direitos e segurança das mulheres. A celebração também procura conscientizar sobre os desafios e a importância da equidade de gênero.

Podemos dizer que a data é um convite para toda a sociedade refletir sobre diversas questões, tais como violência de gênero, representatividade feminina, desigualdade econômica e social, direitos fundamentais e espaço das mulheres no mercado de trabalho.

A participação das mulheres no mercado de trabalho tem crescido globalmente, especialmente nos países do G20, conforme dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

No Brasil, a taxa de participação feminina aumentou de 34,8% em 1990 para 52,2% em 2023, embora tenha atingido 54,3% em 2019, antes da pandemia de Covid-19. Apesar desses avanços, as disparidades salariais entre homens e mulheres persistem, e metade dos países do G20 integra a Coalizão Internacional pela Igualdade Salarial (EPIC). 

Diferenças

As mulheres ainda recebem 20,7% a menos do que os homens segundo o Relatório de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios. Neste mesmo documento, fica evidenciado que a média salarial dos homens é de R$ 4.495,39; já a das mulheres é de R$ 3.565,48.

Em cargos de liderança e gestão, as mulheres recebem, em média, 27% a menos que os homens, enquanto em posições de nível superior, a disparidade salarial atinge 31,2%. O relatório também revelou que 55,5% das empresas utilizam planos de cargos e salários como critério para definir as remunerações.

Além do trabalho formal, grande parte das mulheres carrega o maior peso das tarefas domésticas e do cuidado com os filhos. Isso impacta suas oportunidades de crescimento profissional e bem-estar, tornando urgente a necessidade de uma divisão mais equilibrada dessas responsabilidades.

Violência e educação

A violência contra a mulher continua sendo uma realidade preocupante. Além da violência física e psicológica, muitas ainda enfrentam situações de assédio no trabalho e em espaços públicos. O combate a essa realidade passa pela conscientização, implementação de leis mais rígidas e criação de redes de apoio eficazes.

O avanço no acesso à educação para mulheres é inegável, mas ainda há barreiras, especialmente em áreas como tecnologia, ciência e liderança empresarial. Garantir oportunidades iguais desde a infância é essencial para reduzir a desigualdade e garantir um futuro igualitário.

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