Tivi São Lourenço, 23 de novembro de 2024
Política

Em nova fase, operação Mensageiro prende prefeitos, servidores e cumpre mandados em 12 cidades de SC

Nesta manhã, dois prefeitos, um vereador, um secretário e servidores já foram presos. Ao todo, a polícia cumpre 18 mandados de prisões preventivas.

Por G1/SC

Atualizado em 27/04/2023 | 12:26:00

Está em curso, nesta quinta-feira (27), a 4ª fase da Operação Mensageiro que investiga um escândalo de corrupção envolvendo desvio de verbas públicas nas áreas de coleta de lixo e saneamento.

Os alvos de mandados de prisão são políticos e servidores de prefeituras em diferentes regiões do estado. Até as 12h010, haviam sido presos ao menos quatro prefeitos, um vereador, uma secretária-adjunta municipal e servidores. Em ações anteriores, sete prefeitos já haviam sido levados ao presídio.

No total, estão sendo cumpridos 18 mandados de prisões preventivas e 65 mandados de busca e apreensão. Uma das prisões aconteceu em Brasília. Doze cidades são alvos de ações.

Conforme o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), os mandados ocorrem em Imaruí, Presidente Getúlio, Três Barras, Gravatal, Guaramirim, Schroeder, Ibirama, Major Vieira, Corupá, Bela Vista do Toldo, Braço do Norte, Massaranduba. Os mandados foram requeridos após informações repassadas por testemunhas e provas.

Prisões

Até as 12h10, foram confirmadas as prisões dos prefeitos de Major Vieira, Adilson Lisczkovski, de Massaranduba,Armindo Sesar Tassi, de Corupá, Luiz Carlos Tamanini (MDB) e de Ibirama, Adriano Poffo (MDB).

Além deles, em Três Barras, o vereador Edenilson Engel (PSD) também foi alvo de mandado de prisão. Já em Guaramirim, foram presos o Diretor da Águas de Guaramirim, Osni Denker, e a Secretária-Adjunta de Administração e Finanças, Patrícia Malko, responsável pelo setor de licitações

Em Ibirama, o secretário de Administração, Fábio Fusinato também foi detido (notas abaixo).

O que dizem os alvos desta 4ª fase

Em nota, a prefeitura de Corupá, no Norte, afirmou que "está à disposição da justiça para prestar todos os esclarecimentos devidos, disponibilizando toda a documentação solicitada". A reportagem tenta contato com os demais alvos da ação.

A prefeitura de Guaramirim confirmou as prisões de dois servidores e reforçou o "compromisso com a transparência e reitera que entregou toda a documentação solicitada, estando à inteira disposição da justiça para demais esclarecimento". "O prefeito encontra-se fora do país desde o dia 19, em viagem familiar para acompanhar a formatura de seu filho em uma universidade da Inglaterra".

A prefeitura de Gravatal afirmou que recebeu oficiais para o cumprimento de mandados de busca e apreensão de documentos no Setor de Licitações, de diversos períodos e gestões administrativas. Disse também que o prefeito Clei Rodrigues encontra-se em viagem oficial em Brasília e não foi citado no referido mandado.

Em comunicado nesta manhã, a prefeitura de Ibirama disse que agentes do Gaeco foram até o município para coletar documentos de processos licitatórios e que o prefeito e o secretário passarão por audiência de custódia em Florianópolis. "O município permanece à disposição", informou.

O advogado de Fábio Fusinato, secretário de administração de Ibirama, declarou que: vai pedir habilitação ao processo, além de acompanhar a audiência no Tribunal de Justiça. Informou ainda que vai se situar de provas e acusações para poder trabalhar a defesa.

Em Presidente Getúlio, a prefeitura confirmou que agentes do Gaeco foram até o município para recolher documentos e um servidor foi levado pelo Gaeco para prestar esclarecimentos. A prefeitura de Major Vieira também foi procurada, mas disse que não iria se manifestar.

O Grupo Serrana, nome da empresa investigada, disse em nota que se manifestaria exclusivamente nos processos da operação "em respeito ao sigilo judicial".

Operação Mensageiro

A Operação Mensageiro, deflagrada na primeira fase no fim de 2022 pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), colocou sob a mira um suposto esquema de corrupção na licitação de lixo em várias cidades do estado.

Na primeira, quatro prefeitos foram presos, um deles durante uma viagem oficial em Brasília. Na segunda, em 2 de fevereiro, dois prefeitos também foram detidos. Na terceira fase, o prefeito de Tubarão foi detido junto com o vice.

A investigação está relacionada a suspeita de fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro no setor de coleta e destinação de lixo em diversas regiões de Santa Catarina.

Até o momento foram cumpridos 196 mandados de busca e apreensão e 40 mandados de prisão preventiva. A nova fase corre em segredo de justiça, por determinação legal.

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