Preso desde janeiro de 2023, ele é acusado de agressão sexual contra mulher em uma boate de Barcelona.
Começou na manhã desta segunda-feira, dia 5, o julgamento do ex-jogador brasileiro Daniel Alves, acusado de ter estuprado uma mulher em boate em Barcelona, na Espanha. Alves foi à Audiência de Barcelona, a instância mais alta da Justiça local, para prestar depoimento no julgamento, que durará três dias e ouvirá outras 28 testemunhas e a jovem espanhola que acusa o brasileiro.
No início da sessão, a advogada de Alves afirmou que o jogador se diz vítima de um "tribunal paralelo", feito pela opinião pública. A defesa pediu a anulação do julgamento.
O Tribunal também confirmou que a jovem que acusa Daniel Alves prestará depoimento, que ocorrerá em uma sala privada e sem acesso da imprensa.
O julgamento — que acontece em um tribunal na Espanha — deve ocorrer até a próxima quarta-feira, dia 7. As sessões terão depoimentos de Alves e de 28 testemunhas que estavam na boate de Barcelona na noite em que o suposto estupro ocorreu, em 30 de dezembro de 2022. Elas foram indicadas para participar do julgamento tanto pela defesa quanto pela acusação.
Além de Alves, seis testemunhas prestarão depoimento nesta primeira sessão. As outras 22 testemunhas falarão no dia seguinte. Já a última sessão, em 7 de fevereiro, será dedicada a trâmites periciais, que entregarão um relatório e conclusões.
Minutos após o início do julgamento, a defesa do ex-atleta pediu a suspensão do julgamento após afirmar que o juiz não aceitou que um segundo perito examinasse a vítima. A advogada dele, Inés Guardiola, pediu que novos testes fossem realizados.
Ela solicitou ainda que, caso o julgamento não seja suspenso, Alves seja ouvido no final do julgamento, após a vítima e as testemunhas. As informações são do jornal espanhol La Vanguardia.
O Ministério Público espanhol pede nove anos de prisão ao jogador. A defesa da mulher que denunciou o estupro queria uma sentença maior, de 12 anos de prisão. A jovem espanhola não deverá ir ao julgamento, já que a Justiça determinou que a identidade dela seja preservada.
Desde janeiro, quando foi ouvido pela polícia pela segunda vez e se contradisse, Daniel Alves está em prisão preventiva, sob a alegação de risco de fuga. Ele não tem direito a fiança e seguirá no mesmo presídio, nos arredores de Barcelona, enquanto aguarda o julgamento.
O brasileiro mudou sua versão pelo menos três vezes. Na primeira vez em que falou sobre o caso, em um programa de TV da Espanha, ele afirmou que não conhecida a denunciante. Em abril, já preso, Alves declarou à juíza responsável pelo caso que manteve relações sexuais consensuais com a jovem sem penetração. O brasileiro argumentou ter mentido em um primeiro momento para ocultar a relação extraconjugal da esposa, a modelo espanhola Joanna Sanz, que posteriormente pediu a separação. Em uma última versão, Alves reconheceu que houve penetração, mas repetiu que a relação foi consensual, o que a jovem nega.
A juíza do caso também determinou que Daniel Alves precisará pagar 150 mil euros (cerca de R$ 798 mil) a jovem para cobrir eventuais danos e prejuízos.
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