Tivi São Lourenço, 25 de novembro de 2024
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Flagrados em encontro neonazista em SC são soltos mediante uso de tornozeleira eletrônica, decide juiz

Determinação é por insuficiência de provas de que eles representariam perigo à sociedade. Eles haviam sido presos em uma operação em São Pedro de Alcântara em novembro de 2022.

Por G1/SC

Atualizado em 11/04/2023 | 08:18:00

Os oito homens flagrados em um encontro de neonazistas em Santa Catarina em novembro de 2022 tiveram as prisões preventivas revogadas e deixaram a cadeia mediante uso de tornozeleira eletrônica. A decisão do juiz Elleston Lissandro Canali, da Vara Criminal da Região Metropolitana de Florianópolis, declarou que há insuficiência de provas sobre o perigo que eles representariam à sociedade.

Eles são acusados de integrar uma célula interestadual que tem elo com grupos internacionais. No flagrante, no ano passado, os homens estavam reunidos em um sítio na cidade de São Pedro de Alcântara, onde participavam de um encontro anual.

Na decisão, o juiz argumentou que não haveria provas suficientes sobre o perigo que o grupo apresentaria à sociedade e concedeu algumas medidas cautelares.

No entanto, reconheceu que há fotografias dos acusados, reunidos entre si, com vestimentas e símbolos que remetem ao nazismo, além de imagens salvas em celulares, e até tatuadas, que são criminosas.

Elleston Canali escreveu ainda "não estar convencido da existência de motivo" para a continuidade da prisão preventiva, já que os homens estão detidos desde o flagrante, em novembro. Disse também "confiar que os acusados tiveram a oportunidade de entender a gravidade dos fatos em que se envolveram".

A decisão considerou que as condutas dos réus são reprováveis e capazes de causar repulsa e indignação. Na determinação, o juiz escreveu que "de fato, vivemos tempos sombrios, em que, lamentavelmente, nos deparamos com tragédias devastadoras. Mas não se pode supor, diante do quadro fático/probatório ora analisado, que os acusados iriam colocar em prática algum plano macabro contra quem quer que seja".

Entre as medidas cautelares estabelecidas estão a monitoração eletrônica, sendo que os acusados não podem ultrapassar os limites do município onde moram; comparecimento quinzenal, perante o juízo da comarca, para informar e justificar as atividades; proibição de frequentar reuniões, bares, festividades públicas, casas noturnas ou quaisquer outros lugares onde possa ter contato com pessoas ou objetos dos crimes apurados nos autos; proibição de manter contato com os demais acusados; e recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga.

Com a decisão, saíram da prisão: João Guilherme Corre, Gustavo Humberto Byk, Igor Alves Vilaca Padilha, Julio Cezar de Souza Flores Junior, Laureano Vieira Toscani, Miguel Angelo Gaspar Pacheco, Rafael Romann e Saiuri Reolon.

Investigação

Os oito homens estavam em uma reunião anual de uma célula neonazista em São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, em 14 de novembro de 2022.

De acordo com a Polícia Civil, que já monitorava o grupo, eles escolheram o município por ser a primeira colônia alemã em Santa Catarina, instalada em 1829.

Ao chegarem no sítio em que se reuniam, a polícia encontrou com o grupo revistas, panfletos e outros objetos com símbolos de grupos supremacistas.

Um dos detidos, ainda estava com munição. No local, a polícia também apreendeu os eletrônicos que estavam em poder do grupo. De acordo com o Ministério Público, as investigações apontam que o eles agem com forte exaltação à ideologia fascista e apologia ao nazismo.

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