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Hidrelétrica de Itaipu vai passar por processo de modernização com duração de 14 anos

A previsão é de que a troca das máquinas, projetadas para durar 30 anos, mas em operação há quase 40, comece daqui um mês. Mesmo com a reforma, a usina continuará funcionando normalmente.

Por Jornal Nacional

Atualizado em 01/05/2022 | 18:15:00

No Paraná, a maior usina hidrelétrica do Brasil vai passar por uma reforma profunda.

Desde que a usina de Itaipu começou a funcionar, em 1984, são as mesmas máquinas que garantem a produção de energia - hoje, para 8% da população brasileira.

Botões antigos, com as marcas do tempo: os sistemas e equipamentos foram projetados para durar 30 anos, mas já estão em operação há quase 40. A maioria das peças foi importada de países como Alemanha, França e Estados Unidos, mas muitos fornecedores nem existem mais.

“Ela é uma usina que está ficando já com uma certa idade. É a mesma coisa que acontece com nossos carros, por exemplo. No começo, se você precisar de uma peça, é muito fácil conseguir. Depois, quando o carro vai ficando mais velho, isso vai ficando cada vez mais difícil. Exatamente a mesma coisa acontece, não só em Itaipu, mas em qualquer usina", afirma Rogério Piccoli, gerente-executivo do comitê gestor do plano de atualização tecnológica.

O projeto de modernização começou a ser pensado há 10 anos, por técnicos da usina. Nesta sexta-feira (29), Itaipu assinou o contrato com o consórcio que vai executar o serviço. A previsão é de que a troca das máquinas antigas por outras mais novas comece daqui um mês.

“Além das características dos equipamentos de usina serem bastante específicos, a gente tem o porte da nossa usina. É um porte diferenciado, que já deixa a gente distante das soluções mais convencionais de mercado. Além de tudo, a gente tem a dificuldade de estar executando uma modernização com a usina em operação”, explica Bruno Marins Fontes, superintendente adjunto de engenharia.

De acordo com Itaipu, toda a modernização do sistema deve levar 14 anos e vai custar quase R$ 4 bilhões. Em um setor, por exemplo, que tem mais de 1 km de extensão, todos os fios, placas e painéis eletrônicos vão ser trocados por aparelhos digitais.

É o maior investimento desde que Itaipu foi construída. Vão ser usadas 10 toneladas de tubos elétricos de aço e 50 toneladas de bandejas de aço.

Na central de controle, o coração da usina, alguns equipamentos já foram trocados em 2019. Os painéis digitais que informam a situação de cada turbina, por enquanto, estão ao lado de máquinas antigas, em que a informação está apenas na cor da lâmpada.

Ao todo, 2 mil painéis vão ser atualizados. Turbinas e geradores não vão ser substituídos agora, porque o tempo de vida útil é maior.

Mesmo com a reforma, a usina continua funcionando normalmente. De acordo com Itaipu, a modernização do sistema não vai influenciar na quantidade de energia produzida, mas, sim, diminuir o risco de falhas e de uma pane que afete a distribuição.

“A gente não pode parar de produzir energia, pretendemos continuar atendendo toda a demanda de consumidores brasileiros e paraguaios. Por isso, a gente tem que fazer essa atualização aos poucos”, destaca Rogério Piccoli.

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