Segundo familiares, vítima sofria com prolapso retal e acabou desenvolvendo um quadro de pneumonia.
Uma idosa, de 78 anos, que aguardava por uma cirurgia, via SUS (Sistema Único de Saúde), há um ano para tratar de um prolapso retal, morreu nessa segunda-feira (22). Ela residia em Jaguaruna, no Sul catarinense. A morte foi confirmada por familiares.
“Ela estava apodrecendo em cima de uma cama em casa, com 14 centímetros de tripa para fora do corpo, via ânus. Evacuava sem sentir. Para ter uma noção, eu abri um buraco na cadeira para ela evacuar. Vinha para mesa toda suja de fezes”, relatou um familiar da idosa ao ND+. Ele preferiu não se identificar.
Por conta dessa situação, segundo o parente, a idosa acabou desenvolvendo um quadro de pneumonia. “Muitas vezes, ela fazia necessidade na roupa, na cama e não queria levantar para se trocar. Ficava todo molhada. Nós insistíamos, mas ela não queria”, disse.
Conforme o homem, a idosa já havia sido levada para três hospitais da região. Inclusive, o MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) recebeu uma denúncia do caso. “Um dos médico se apavorou com a situação. Estávamos com medo dela vir a óbito por falta de atendimento, e isso aconteceu”, declarou.
O que diz o MPSC?
Procurado pela reportagem, o MPSC, por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Jaguaruna, informou que instaurou um procedimento para tratar da situação narrada pela família da idosa e que esteve em acompanhamento do caso, do final do ano passado até junho de 2022.
Com a instauração do procedimento, o MPSC relatou que foi garantida a inclusão da idosa dentro do fluxo do SUS, no aguardo da cirurgia solicitada. Também destacou que foi alterada a posição da paciente, após visita domiciliar e avaliação feita pelo setor de regulação do SUS.
Em função de a idosa já estar incluída na fila de espera, assim como garantida a sua reavaliação clínica, além de a cirurgia ser eletiva, o procedimento foi arquivado pelo Ministério Público, sem notícias de interposição de recurso por parte da família da idosa.
A 2ª Promotoria de Justiça reforçou que a transparência na fila de espera do SUS é a medida mais adequada e que a prática antiga para “furar a fila” prejudica todos os outros pacientes que estão igualmente aguardando pelo procedimento.
Além disso, informou que a família da idosa foi orientada a aguardar o procedimento pelo SUS ou ajuizar ação judicial pretendendo uma posição diferente na fila, caso não concordasse com o posicionamento do MPSC, sem prejuízo que realizasse o procedimento pela via particular, diante das informações de que a idosa possuía bens/imóveis.
O MPSC também informou que permanece à disposição para resguardar o direito de toda a coletividade, inclusive da família da idosa, em caso de notícias de omissão deliberada dos órgãos públicos.
De acordo com a perícia, a médica usava fragmentos sobrepostos de outros laudos para alterar os diagnósticos originais, falsificando assim o laudo original para indicar o suposto câncer.
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