Tivi São Lourenço, 25 de novembro de 2024
Gerais

Investidores chineses estão interessados na ferrovia Cascavel-Chapecó

O objetivo da ferrovia é garantir um eficiente transporte de grãos para abastecer o vasto setor agroindustrial da região Oeste Catarinense

Por ND Mais

Atualizado em 30/08/2023 | 11:07:00

A segunda maior empresa do mundo no setor ferroviário, e a maior da China, a CRCC Internacional Investment Group Limited, demonstrou interesse no projeto de construção da ferrovia que visa conectar o Oeste Catarinense ao Centro-Oeste Brasileiro. O objetivo primordial é garantir um eficiente transporte de grãos para abastecer o vasto setor agroindustrial da região.

Na última semana, representantes da empresa participaram de uma reunião com empresários em Chapecó, realizada na sede da Associação Comercial Industrial e coordenada pelo presidente da entidade, Lenoir Antônio Broch. Estiveram presentes Daniel Zhang, gerente nacional da CRCC, Raul Liu, gerente geral de Marketing e Negócios da CRCC, Sérgio Brossa, diretor internacional da Coesa Engenharia, e Carlos Bessa, presidente da B&B Intermediações Nacionais e Internacionais. Líderes de entidades empresariais também acompanharam o evento de forma online.

Daniel Zhang ressaltou a experiência da empresa em ferrovias, sua capacidade financeira e tecnológica para investir em grandes projetos de infraestrutura fora da China. Exemplificou a atuação da empresa em países como Chile, Equador, Uruguai, Colômbia, México e Brasil, onde está presente há uma década. Ele expressou o interesse da CRCC no projeto, considerando-o altamente lógico, e enfatizou a importância de estabelecer uma relação de reciprocidade.

O projeto técnico da ferrovia foi apresentado detalhadamente por Thiago Dantas, gerente de produtos da TPF Engenharia, enquanto as questões legais relacionadas à licitação foram esclarecidas por Luiz Henrique Fagundes, coordenador do Grupo de Trabalho do Plano Estadual Ferroviário do Paraná.

A construção da ferrovia está incluída no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal. O projeto foi elaborado pela TPF Engenharia e já demonstra um impacto ambiental positivo. A licitação pública, sob a modalidade de leilão, será lançada assim que todas as licenças ambientais forem obtidas. A concessão para operar a futura ferrovia está prevista por um prazo de 99 anos.

Essa ferrovia, chamada Maracaju-Dourados-Guaíra-Cascavel-Chapecó, é de extrema importância para a agroindústria catarinense. Ela é projetada pela Ferroeste, uma empresa estatal do Governo do Paraná. A partir de Cascavel, a ferrovia seguirá até o Porto de Paranaguá, um importante ponto de exportação para os estados do Paraná e Santa Catarina.

O trecho Cascavel-Chapecó da ferrovia foi alvo de um estudo de viabilidade patrocinado por várias entidades empresariais, incluindo Acic, Fiesc, Faesc, Ocesc, Sindicarne, Facisc e ABPA. O governo do Paraná, em colaboração com o Governo Federal, planeja licitar a construção dessa parte da ferrovia a partir do início de 2024, com a expectativa de envolver consórcios nacionais e internacionais.

Extensão Sul

A extensão da Ferroeste ligando Cascavel/PR a Chapecó, segundo estudo apresentado, terá 263 quilômetros de extensão, em pista simples, 18 túneis e 31 pontes e viadutos. A velocidade máxima dos trens será de 80 km/h. A construção exigirá investimentos da ordem de R$ 6,43 bilhões para ficar concluída em 2032, se todos os prazos para cada etapa da obra forem cumpridos e se a obra, efetivamente, iniciar em 2024.

A plenitude das operações com o uso de 100% da capacidade da ferrovia está prevista para 2044 quando, conforme as projeções, estarão em uso 395 vagões de grãos e 43 de contêineres nos 22 trens que estarão circulando. A capacidade de transporte estará, então, em 8,85 milhões de toneladas/ano.

“Além disso, temos o estudo de viabilidade de outra ferrovia que ligará Chapecó aos portos catarinenses, patrocinado pelo Governo do Estado de Santa Catarina, e o estudo de viabilidade de outro ramal da Ferroeste de Chapecó até Passo Fundo/RS. Isso aumentaria o consumo de grão da região para 10 milhões de toneladas antes de 2028”, conclui o presidente da ACIC.

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