Para MP-PR, ela cometeu crime em 2022 por sentir ciúmes do pai da criança e acreditar que ela estava prejudicando relacionamento entre os dois.
Uma mulher acusada de matar a enteada de três anos, usou brinquedos e um banco para induzir a menina a se afogar na máquina de lavar roupas. A informação está na denúncia do Ministério Público do Paraná, aceita pela Justiça. Assista ao vídeo acima.
A menina morreu em maio de 2022, na véspera do dia das mães. A menina que vivia com a mãe, passaria a sexta-feira e o sábado com o pai, mas na hora do afogamento ele estava trabalhando. Relembre abaixo.
Para o MP, "a denunciada previu e assumiu conscientemente o risco de ocasionar a morte da vítima". O documento, que tramita em segredo de Justiça, foi obtido com exclusividade pela RPC Cascavel. No documento, o órgão elenca quatro fatos considerados na denúncia:
De acordo com a denúncia, o crime foi motivado por ciúmes e sentimento de posse da madrasta em relação ao pai da criança. Isso porque a mulher acreditava que a menina estava prejudicando o relacionamento entre os dois, por causa da proximidade dele com a mãe da menina.
A madrasta virou ré por homicídio doloso por motivo torpe, emprego de asfixia e violência doméstica e familiar. A denúncia foi aceita em 14 de janeiro. Veja detalhes mais abaixo.
O que diz a defesa da madrasta
Os advogados de defesa dizem que a denúncia é exagerada e que o que aconteceu foi um "acidente". Eles afirmaram ainda que a madrasta e enteada tinham uma boa relação e que "não tem indícios que tenha intenção de ter ceifado com a vida dela", afirmou o advogado Paulo Hara Júnior.
"Nós entendemos que não tem dolo, não tem marcas, nada mencionando isso no processo. Temos que analisar o processo de acordo com a lei, o mínimo que pode ter é culpa. Porque se fosse a mãe biológica? Infelizmente acontece de soltar a mão, nesse caso só porque é madrasta?", disse Suelane Gundim, advogada que também defende a acusada.
Para a defesa da mãe da menina, o cenário foi preparado para que houvesse a morte da criança.
"Ela preparou toda uma situação para que o crime acontecesse. A máquina, o banquinho, ela estava de meia, os brinquedos foram colocados dentro da água. Pelo histórico da família ela não era de brincar, vários indícios levam a crer que tudo foi preparado, para que resultasse na morte", afirmou o advogado de defesa Alexander Beilner.
"Fato dela ficar mais de trinta minutos sozinha numa lavanderia nessas circunstâncias graves. Todos esses indícios que constam nos autos, que foi deliberado pela madrasta", disse Beilner.
Crime por motivo torpe
Na denúncia contra Suzana o órgão afirma que o crime foi praticado por motivo torpe, pela motivação de ciúmes e sentimento de posso com relação ao pai da criança e qualificado também pela morte da menina que foi por "asfixia mecânica interna (afogamento)".
O MP também qualificou o crime como violência doméstica e familiar.
"Por fim, apurou-se ainda que o crime foi praticado contra mulher em situação de violência doméstica e familiar, pois a denunciada era madrasta da vítima, que era menor de quatorze anos", diz trecho da denúncia.
A denúncia foi recebida pela Justiça e agora a defesa de Suzana tem dez dias para se manifestar em relação ao caso. Depois, caberá ao juiz criminal definir se mantém o caso como homicídio com dolo eventual, o que a levaria a júri popular, ou se haverá alguma alteração na denúncia.
Relembre o crime
O crime foi registrado no dia 7 de maio de 2022. Na época, a PM informou que a criança morreu afogada após cair dentro de uma máquina de lavar roupas.
Conforme a PM, a madrasta foi quem encontrou a criança no local e chamou por socorro, momento em que os vizinhos acionaram equipes do Samu e também dos bombeiros da cidade.
As corporações estiveram no local e realizaram procedimentos, mas não conseguiram reanimar a menina.
O prefeito destacou que a conclusão dessa etapa, prevista para ser finalizada em até 90 dias, permitirá o início de “eventos testes”, envolvendo a comunidade em atividades esportivas e culturais.
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