Tivi São Lourenço, 27 de outubro de 2024
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Mãe espera horas por consulta no Hospital Infantil de Florianópolis e tem nome tirado da fila

Mulher saiu de Antônio Carlos, na Grande Florianópolis, foi até a Capital em busca de atendimento para a filha no Hospital Infantil e após longa espera soube que seu nome tinha sido retirado da fila

Por ND Mais

Atualizado em 21/03/2024 | 14:35:00

Camila Aguiar Becker, de 35 anos, buscou atendimento no Hospital Infantil Joana de Gusmão, na madrugada desta quinta-feira (21), por volta das 5h — segundo ela, para a filha de apenas oito meses.

 

Segundo a mesma, foram cerca de 4h até que ela fosse chamada pela equipe para o atendimento. No entanto, uma situação se agravou. O nome da filha havia sido retirado da fila de espera.

Segundo Becker, era teria sido a única aguardando por atendimento quando chegou no hospital. Ainda assim, conforme relatos da mãe, eram 8h da manhã e ela ainda não havia sido atendida.

Conforme a mãe, que trabalha como professora, foi então que resolveu questionar a equipe do hospital, que disse que o nome dela e da filha não estavam na lista de espera por atendimento.

Bebê estava em situação de risco amarelo
Já tendo passado pela classificação de risco, quando os profissionais definem as prioridades de atendimento, e estando com risco amarelo, quando há uma fase “intermediária” de risco, a bebê mesmo assim não foi atendida.

“Vi diversas pessoas passarem em nossa frente, mesmo depois que questionei”, contou a mãe ao repórter Paulo Mueller, da NDTV.

Becker afirma que após passar por atendimento foi constatado que a criança está com bronquiolite. A bebê precisou passar por três doses de medicação.

Segundo o Ministério da Saúde, a bronquiolite é uma inflamação da mucosa do trato respiratório inferior, geralmente de etiologia viral.

O vírus mais frequentemente envolvido é o vírus sincicial respiratório, embora muitos outros possam levar a essa condição, como o influenza vírus, metapneumovírus, bocavírus, rinovírus, adenovírus, por exemplo.

Hospital Infantil de Florianópolis diz que paciente foi acolhida
Questionados sobre o que aconteceu, o hospital respondeu que “a paciente deu entrada na unidade em torno das 5h19 de quinta-feira, passando pela triagem e acolhimento, tendo sido atendida às 8h”.

 

A direção do Hospital Infantil ainda ressalta que “Apesar do sistema ter apresentado falha, a paciente foi acolhida e atendida”.

Outro pai enfrentou a superlotação
O Hospital Infantil Joana de Gusmão, referência no atendimento pediátrico na Grande Florianópolis, estava lotado nessa noite de quarta-feira (20).

Segundo um morador de Florianópolis, que preferiu não se identificar, ele estava há mais de duas horas esperando atendimento para o filho de três anos.

Ele chegou a passar pela triagem e mesmo a criança com febre alta recomendaram que ele voltasse outro dia. Ainda segundo esse morador, algumas pessoas aguardavam há mais tempo ainda.

A SES, por sua vez, confirmou o aumento na lotação dos hospitais.

“Os hospitais próprios da Secretaria de Estado da Saúde (SES), na Grande Florianópolis, observam um incremento na busca por atendimento nas emergências das unidades. Por trabalharem no sistema porta aberta, o Hospital Regional de São José, o Governador Celso Ramos e o Infantil Joana de Gusmão acolhem pacientes com diferentes enfermidades”, afirma.

Audiência pública é solicitada
A superlotação na Grande Florianópolis fez a Câmara Municipal de São José convocar uma audiência pública para às 14h de quinta-feira (21), para buscar uma solução para a ocupação no Hospital Regional, onde morreu uma adolescente de 16 anos com suspeita de dengue, em 24 de fevereiro.

Dados do painel da SES apontam que, no mês de março, o Hospital Regional de São José realizou, somente no setor de emergência, 7.922 atendimentos; o Hospital Governador Celso Ramos, 4.618; e o Infantil Joana de Gusmão, 4.601.

“Ressaltamos que o Hospital Infantil é o único hospital da Grande Florianópolis com porta aberta, além de referência para diversas doenças em todo o Estado. Até às 22h da noite de ontem foram realizados 302 atendimentos em emergência, 14 ambulâncias chegaram nesse período, foram realizadas 24 internações e 4 crianças foram para a UTI”, afirma o SES por meio de nota.

Ainda conforme o órgão, “Todos os pacientes foram acolhidos e atendidos de acordo com a gravidade. Ainda foi servido lanche para as crianças e água”.

Segundo eles, “A maioria dos casos acompanhados nas emergências teriam resolubilidade em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), níveis de menor complexidade. Entretanto, por diversas razões, o usuário opta por procurar uma unidade de alta complexidade, impactando em uma sobrecarga da mesma”.

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