Tivi São Lourenço, 24 de novembro de 2024
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Maior iceberg do mundo volta a se movimentar após 30 anos

Chamado de A23a, gigante bloco de gelo ficou três décadas preso ao fundo do mar e agora se desprendeu, rumo ao oceano do continente

Por Oeste Mais

Atualizado em 07/12/2023 | 14:57:00

O maior iceberg do mundo está em movimento depois de mais de 30 anos, preso ao fundo do oceano. O A23a, como é chamado, surgiu na costa da Antártida em 1986 — mas quase imediatamente encalhou no Mar de Weddell para se tornar, essencialmente, uma ilha de gelo.

Com quase 4 mil quilômetros quadrados, a "ilha" tem uma área equivalente à metade da Grande São Paulo e mais que o dobro da região metropolitana de Londres.

Ao longo do último ano, o iceberg vem se deslocando, e agora ele já está prestes a ir além das águas antárticas. Essa enorme placa de gelo tem cerca de 400 metros de espessura.

O instituto de pesquisa British Antarctic Survey divulgou novas imagens do maior iceberg do mundo. É raro ver um iceberg deste tamanho em movimento, disse Oliver Marsh, glaciologista do British Antarctic Survey, por isso os cientistas estarão observando a trajetória de perto.

Conforme a BBC, se ele encalhar na Geórgia do Sul, poderá causar problemas aos milhões de focas, pinguins e outras aves marinhas que se reproduzem na ilha. O grande volume do A23a poderia perturbar as rotas regulares de alimentação dos animais, impedindo-os de nutrir adequadamente os filhotes.

Para o instituto, seria errado pensar nos icebergs como apenas objetos de perigo, os vinculando à tragédia do Titanic, por exemplo. Há um reconhecimento crescente da importância deles para o meio ambiente em geral.

À medida que estes grandes icebergs derretem, eles liberam um pó mineral que foi incorporado ao gelo quando a estrutura fazia parte dos glaciares que raspavam o longo leito rochoso da Antártida. Essa espécie de poeira é uma fonte de nutrientes para os organismos que formam a base das cadeias alimentares oceânicas.

"Em muitos aspectos, esses icebergs dão vida. Eles são o ponto de origem de muita atividade biológica", avalia Catherine Walker, do Instituto Oceanográfico Woods Hole, dos EUA.

 

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