Os protestos iniciados após o resultado das eleições de 2022, em Chapecó, no Oeste Catarinense, completam dez dias nesta quarta-feira (9). Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) seguem mobilizado em frente ao Batalhão da Polícia Militar, que fica na Avenida Getúlio Vargas, com faixas e bandeiras.

Usando cores verde e amarelo, além da camisa do Brasil, os manifestantes cantam o hino nacional e fazem discursos contestando o resultado das urnas, bem como pedem intervenção federal. Os protestos também têm críticas ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Os atos na maior cidade da região iniciaram na segunda-feira, dia 31 de outubro, data seguinte ao segundo turno do pleito, após Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter sido eleito. As manifestações tiveram início no trevo de acesso ao município com bloqueio da rodovia e mobilização de caminheiros, autônomos e empresários.

O ponto de concentração foi alterado para a área central depois da intervenção da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Em SC, apoiadores do presidente têm se concentrado em frente a quartéis e unidades militares, como em Chapecó, onde estão acampados.

Bloqueios em rodovias federais e manifestações nas proximidades de unidades militares têm sido registradas em várias partes do país. O presidente Jair Bolsonaro divulgou um vídeo em 2 de novembro e pediu que os manifestantes desobstruam as estradas. Segundo ele, esses atos não respeitam o direito de ir e vir das pessoas e também atrapalham  a economia.

A declaração de manifestantes que fecham rodovias — estaduais e federais — pelo país sobre a existência de uma fraude nas eleições deste ano não encontra amparo legal. A Justiça Eleitoral, além de entidades nacionais e internacionais que participaram da fiscalização do pleito, confirmaram a lisura do processo.