Uma jovem de 28 anos escapou do “açougueiro assassino” em Campo Limpo Paulista, no interior de São Paulo. Na segunda-feira (9), Thaynara Sobrinho falou pela primeira vez desde o ataque e detalhou como fez para sobreviver.

Ela teve que se fingir de morta para escapar do ataque do “açougueiro assassino”. Thaynara foi abordada de manhã por Ronan João da Silva, que trabalhava no açougue de um mercado no seu bairro.

Segundo reportagem do Cidade Alerta, a vítima conhecia o perseguidor porque frequentava o mercado. Ele a ameaçou com uma faca e ordenou para que entrasse no carro. A partir dali, dirigiu por cerca de 5 km até uma área rural pouco movimentada.

A jovem foi estuprada pelo “açougueiro assassino” e em seguida estrangulada. O agressor tentou matá-la com facadas no pescoço enquanto ela permaneceu imóvel, de olhos fechados.

“Na hora que ele fez o corte, eu senti saindo muito sangue. E eu fiquei quieta, parada”, lembra Thaynara. “Porque se eu tivesse reagido, ele teria terminado o que ele foi ali para fazer. E eu não poderia morrer porque eu tenho filho para cuidar”, considera.

Ela é viúva e tem um filho de 13 anos. A vítima acredita que só sobreviveu porque o suspeito achou que já estava morta. Após as facadas, Ronan a arrastou para um barranco ao lado de um riacho e a deixou ali.

Thaynara só abriu os olhos novamente quando escutou o carro do “açougueiro assassino” indo embora. Ela tentou estancar o sangramento no pescoço com as roupas e caminhou 1,5 km pela estrada de terra até encontrar uma casa.

“Senti muito medo, parecia que estava em um filme de terror. Eu falava ‘Meu Deus do céu, onde é que eu estou? Eu preciso sair daqui, eu preciso conseguir ajuda'”, conta.

Sem conseguir falar, a vítima pediu ajuda ao casal que morava ali. Eles chamaram o socorro e uma ambulância chegou para atender a ocorrência.

Já no hospital, o médico disse para a família que as chances de sobrevivência eram mínimas. Mesmo com o corte profundo no pescoço, Thaynara escapou da morte “por um triz”.

“O médico falou que faltou um fio de cabelo para acertar a artéria, para acertar onde eu tenho os movimentos do braço”, ressaltou a vítima, em entrevista ao Cidade Alerta.

Outros casos semelhantes na cidade
Ela ficou com sequelas na fala e perdeu o movimento na ponta da língua. No pescoço, leva a cicatriz dos golpes de faca. O Cidade Alerta apontou que outros casos semelhantes de feminicídio foram registrados na mesma cidade e ainda não foram solucionados.

A polícia localizou o carro do “açougueiro assassino”, que foi flagrado pelo circuito de segurança do município. Ele foi encontrado e preso em flagrante.

Na audiência de custódia, o criminoso confessou a tentativa de feminicídio, mas negou o crime de estupro. A prisão foi convertida em preventiva e Ronan deve ir a júri popular.