Em cada dez pessoas que cruzaram o Darién em 2024, sete são venezuelanas.
O Fantástico mostrou a saga de famílias que tentam cruzar a perigosa selva de Darién — rota clandestina para os Estados Unidos. Em 2023, 520 mil migrantes cruzaram a região, incluindo 65 mil crianças. A garçonete Mariana Bucoutt viaja com as duas filhas: Danisha e Shadia, e o amigo, que a ajuda.
"É difícil. Pedras, montanhas, tudo isso... Eu caí num buraco. Dois homens me resgataram. Primeiro, eu vi um morto no rio. Aí vi outro na montanha", conta a mulher.
Em 2024, ao menos 173 pessoas morreram ou desapareceram no Darién.
"Tem que falar para as pessoas não virem. Não é uma rota. É um destino de morte. É o caminho da morte. Você arrisca a sua vida umas 200 vezes por dia", comenta Marina.
Maioria de migrantes venezuelanos
Em cada dez pessoas que cruzaram o Darién em 2024, sete são venezuelanas. Sob a ditadura de Nicolás Maduro, a Venezuela vive uma grave crise política e humanitária, com hiperinflação e escassez de itens básicos.
"Como ela é autista, é mais difícil. Tenho que levá-la ao médico, neurologista, psiquiatra... Lá, tudo é pago. O salário que você ganha numa semana dá para um dia de comida", afirma Mariana.
O plano da família de Mariana é chegar nos Estados Unidos. Esse também é o objetivo de outra mãe migrante ouvida pela reportagem.
"Ele tem glaucoma nos dois olhinhos. Tem uma válvula definitiva em cada olhinho para baixar a pressão. Meu único propósito é esse. Que meu filho possa melhorar sua vista. É só o que eu peço. Se depois de operarem meu filho, eles quiserem me deportar, que me deportem. Eu só quero que operem ele, mais nada", relata.
Uma das rotas mais perigosas do mundo
Só em 2024, 302 mil pessoas se arriscaram em uma travessia pela "Selva de Darién", o trecho mais perigoso da rota clandestina para os Estados Unidos.
Antes de cruzar essa floresta da América Central, muitos migrantes da África e da Ásia começam suas jornadas em São Paulo. O Fantástico viajou ao Panamá para conhecer gente que deixou tudo para trás em busca de vida nova.
Todos os dias, diferentes pessoas saem de diversos países ao redor do mundo para cruzar o Darién, fugindo de crises econômicas, inseguranças e guerras.
"Sou dos Camarões. Nós vivemos uma crise por causa da insegurança", relata um migrante.
A chegada ao Panamá
Após horas de viagem de barco, um grupo chega à primeira comunidade do Panamá, Bajo Chiquito. Lá, fornecem os nomes e documentos às autoridades. A equipe do departamento de migração checa se essas pessoas são procuradas pela Interpol, ou se podem seguir viagem.
Por causa do aumento no fluxo de migrantes, o governo do Panamá criou uma unidade de saúde de atenção primária. Em Lajas Blancas, há uma espécie de campo de refugiados no meio da selva, com organizações humanitárias, profissionais da saúde e distribuição de alimentos. Também há relatos de violência sexual.
Esperança e incertezas
Migrantes de diferentes continentes seguem viagem de carro, ônibus, trem ou caminhada para os Estados Unidos. No México, aguardam as políticas do novo governo de Donald Trump, que promete deportações em massa e o fechamento do Darién.
"Fechar rotas não é tão fácil e acho que eles sabem disso. Não é como fechar uma porta. As rotas são como um vazamento, você fecha um lugar, e a água por outro", destaca o alto comissário para os refugiados das Nações Unidas para Refugiados, Filippo Grandi.
Mandado de prisão seria cumprido contra ele, que reagiu, segundo a Polícia Militar.
Suspeitos usaram arma para fazer com que vítimas passassem dinheiro via Pix.
Internos estavam em residência com alimentos vencidos e sem energia elétrica.
Foram 263 confirmações, a maioria em bebês menores de um ano, e três óbitos em recém-nascidos ao longo de 2024 em SC.
Ocorrência foi registrada em Laguna, no Sul do estado, na terça-feira (21)
O motorista apresentava sinais vitais instáveis e precisou ser transferido ao hospital de Xanxerê; a carreta conduzida pelo homem tombou em Ponte Serrada e ele ficou preso às ferragens