Tivi São Lourenço, 31 de outubro de 2024
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Planeta Terra tem o dia mais curto da história

Desde que as medições começaram, na década de 1960, a rotação atingiu 28 dias mais curtos.

Por CNN BRASIL

Atualizado em 04/08/2022 | 10:28:00

O planeta Terra teve, em 29 de junho, o dia mais curto desde que cientistas começaram a usar relógios atômicos para medir a velocidade de rotação.

Na quarta-feira, 29 de junho, a Terra completou o giro, que deveria ser de 24 horas, com 1,59 milissegundos a menos.

Este é o recorde mais recente de uma série que a velocidade da Terra atingiu desde 2020 — sendo o recorde anterior de -1,47 milissegundos, em 19 de julho.

Em julho, o planeta quase superou o recorde novamente, em 26 de julho de 2022, quando completou a volta no seu eixo com -1,50 milissegundos.

Quando a duração do dia aumenta, isso significa que a Terra está girando mais lentamente. Por outro lado, quando está diminuindo e se torna um número negativo, a Terra está girando mais rapidamente.

O planeta faz dois movimentos: a rotação e a translação.

O movimento de rotação é o que a Terra faz em torno de si mesma — e o que faz o Sol nascer e se pôr todos os dias. Esse momento é completado em 86.400 segundos, ou 24 horas.

Translação é uma volta inteira no Sol, o que caracteriza o ano (feito em 365 dias).

De modo geral, os cientistas têm observado que a cada século, a Terra leva alguns milissegundos ou mais para completar uma rotação (onde 1 milissegundo é igual a 0,001 segundo).

No entanto, a velocidade com que o planeta completa o movimento varia. De um dia para o outro, o tempo que a Terra leva para completar uma rotação aumenta ou diminui em uma fração de milissegundo.

Por que Terra está “com pressa”

Nos últimos anos, a Terra tem acelerado. Em 2020 , TimeAndDate informou que a Terra atingiu seus 28 dias mais curtos desde que as medições diárias precisas usando relógios atômicos começaram na década de 1960.

A Terra continuou a girar rapidamente em 2021, ainda que o dia mais curto de 2021 tenha sido um pouco mais longo do que em 2020.

Agora, em 2022, a rotação acelerou novamente. Segundo Leonid Zotov, e os estudiosos Christian Bizouard e Nikolay Sidorenkov, a atual diminuição da duração do dia pode ter alguma relação com a “oscilação de Chandler”.

Isso quer dizer que há um pequeno movimento irregular dos polos geográficos do planeta através da superfície do globo.

Os cientistas devem apresentar a hipótese na próxima semana, na reunião anual da Asia Oceania Geosciences Society.

De acordo com os pesquisadores, a diminuição da duração do dia pode estar relacionada a processos nas camadas internas ou externas da Terra, oceanos, marés ou até mesmo clima. Mas isso ainda é incerto.

Para Zotov, ninguém sabe ao certo se a duração do dia continuará diminuindo ou já atingimos o mínimo.

“Acho que há 70% de chance de estarmos no mínimo”, disse ele, “e não precisaremos de um segundo bissexto negativo”, afirmou.

Um segundo bissexto negativo significaria que nossos relógios pulariam um segundo, o que poderia criar problemas para os sistemas de TI.

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