Tivi São Lourenço, 25 de novembro de 2024
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Presos por golpe do falso investimento ostentavam vida de luxo em SC com dinheiro de mais de 20 mil vítimas

Além das prisões no Estado, a polícia cumpriu mandados em Tijucas, Porto Belo, Balneário Camboriú, São Lourenço do Oeste e Itapema.

Por G1/SC

Atualizado em 20/07/2023 | 09:35:00

Os cinco alvos de Santa Catarina presos na operação que investiga um golpe bilionário de falsos investimentos aplicado no país são três mulheres e dois homens. A suspeita é de que o grupo vitimou mais de 20 mil pessoas.

Com idade abaixo dos 40 anos e famílias constituídas, os suspeitos identificados no estado migraram do Rio Grande do Sul, onde a investigação foi deflagrada há uma semana, e ostentavam uma vida de luxo no litoral Norte catarinense, segundo as investigações.

Conforme aponta o delegado responsável pela ação, batizada de 'Operação Trapaça', Heleno dos Santos, os presos usavam as redes sociais para divulgar as supostas aplicações.

Durante as investigações, diversas contas em paraísos fiscais foram identificadas, com valores que ultrapassam R$ 1 bilhão. A suspeita da polícia é que o grupo também aplicava o dinheiro em imóveis de luxo. O valor total de bens apreendidos e sequestrados não foi divulgado.

Grupo descoberto

O esquema começou a ser desarticulado pela polícia há uma semana, quando 79 ordens judiciais foram cumpridas em três estados. Além dos cinco presos em Santa Catarina, outros três foram detidos no Rio Grande do Sul e um em São Paulo.

"De início, a maioria delas é daqui da região de Santo Antônio das Missões [RS] e acabaram enriquecendo com o sistema e mudaram aí para a região de Itapema, Balneário Camboriú e essa região. Transferiram a residência para aí e estavam vivendo uma vida dos sonhos, de luxo. Muito dinheiro, carro novo, apartamento novo", disse o delegado.

Em Camboriú, no Litoral Norte, um homem apontado por fazer parte do esquema trabalhava como açougueiro no estado gaúcho e foi detido com R$ 8 mil em espécie. O carro dele também foi apreendido na ação.

Além das prisões no Estado, a polícia cumpriu mandados em Tijucas, Porto Belo, Balneário Camboriú, São Lourenço do Oeste e Itapema. No Rio Grande do Sul, os mandados se concentraram em Santo Antônio das Missões. Houve mandados cumpridos em três endereços de São Paulo.

Na sexta-feira (21), o delegado deve concluir a investigação e indiciar os suspeitos. Presos temporariamente, o grupo deve responder por crime contra a economia popular, lavagem de dinheiro, organização criminosa e estelionato.

Entenda o golpe

Segundo o delegado Santos, vítimas dos estelionatários procuraram a Polícia Civil reclamando de uma empresa que prometia investimentos no mercado de ações com a promessa de ganhos altos.

"As vítimas foram atraídas a integrarem grupos virtuais de 'investimentos financeiros' muito lucrativos, geridos a partir de uma duvidosa plataforma digital de investimentos online denominada 'gênesis.net', nome ‘copiado’, em parte, de uma empresa do ramo financeiro denominada 'Gênesis Investimentos', que não tem relação nenhuma com a investigação, sendo uma empresa regular no ramo de investimentos", explica o delegado Santos.

A vítima do golpe era incentivada a instalar o aplicativo "genesis.net" no seu telefone celular, cadastrando, em seguida, os seus dados pessoais.

Depois, a pessoa recebia um link para entrar em grupos de WhatsApp. Lá era orientada sobre como investir e era pressionada a fazer aplicações rapidamente, assim que os falsos consultores diziam ter recebido "informações privilegiadas" de momentos ideais, e geralmente curtos, para "investimentos altamente rentáveis".

O dinheiro que seria destinado para investimentos caía em contas de criminosos, principalmente no exterior. Os bandidos faziam com que as transações parecessem ser feitas por meio de sites e aplicativos seguros. Há suspeita de que eles criaram pelo menos três empresas de fachada para o desvio do dinheiro obtido das vítimas.

Os suspeitos de envolvimento nos golpes foram identificados após ostentarem seus ganhos em perfis de redes sociais. Era por meio delas que eles convenciam outras pessoas a "investir" no esquema fraudulento.

As polícias de Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins já investigam ramificações do golpe nesses estados, aponta o delegado.

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