Tivi São Lourenço, 31 de outubro de 2024
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Quase centenário, morador de Ponte Serrada tem mais de 40 filhos

Com dezenas de motivos para comemorar o Dia dos Pais, seu Nabor teve a primeira filha com 28 anos e a última aos 68.

Por Oeste Mais

Atualizado em 15/08/2022 | 08:39:00

Seu Nabor de Souza Neto, com 96 anos de idade e disposição de jovem, tem mais de 40 motivos para comemorar o Dia dos Pais neste domingo (14). O idoso é natural de Faxinal dos Guedes, mas se mudou com a família para Ponte Serrada ainda na infância, onde cresceu e se estabeleceu. E mora há décadas no distrito de Baia Alta, em Ponte Serrada.

Nabor é casado com Maria Salete de Lima, de 60 anos, com quem vive uma relação de mais de 40 anos. Deste casamento, se tornou pai de três filhos, incluindo a filha mais nova, de 28 anos. Foi a última de uma leva de mais de 40 filhos, já que nem ele e os irmãos e imãs sabem a conta certa. "Acho que são 42 no total", diz a filha mais velha, Maria Idaci, de 68 anos.

O relacionamento de Nabor e a atual esposa começou em 1981, quando Maria tinha 18 anos. Ele já passava dos 50. Maria conta que o esposo era chefe da família dela na época, onde trabalhavam na comunidade de Campina da Alegria, em Vargem Bonita. Foi durante as prestações de serviço que eles se conheceram. Também foi com um empurrãozinho da irmã de Maria e uma longa conversa que os dois começaram a namorar e logo se casaram.

“Ele é gente boa, nunca deixou faltar nada”, garante a esposa, que diz sempre se dar bem com Nabor. “Agora que eu perdi minha mãe, é ele quem tá me consolando, me dando coragem nas horas difíceis”, conta.

Família que cresceu muito antes

Seu Nabor se diz galanteador no passado. As filhas contam que o pai teve ao menos 12 mulheres no decorrer da juventude. Mesmo não se lembrando muito bem do que viveu, diz que conquistava as mulheres pelo olhar e jeito de falar, principalmente quando participava de alguma festa ou baile da época.

O idoso é viúvo de oito esposas, além de ter conhecido outras quatro com quem já não tem mais contato. Com algumas, chegou a se casar, como foi o caso de Maria, a atual companheira. Já outras, acontecia um romance passageiro, sempre gerando filhos.

“Tem filharada espalhada para tudo quanto é parte”, comenta.

Os filhos moram em diferentes cidades, como Joaçaba, Caçador, Chapecó, Xanxerê, Ponte Serrada, Curitiba (PR) e Pato Branco (PR), e em outros estados e cidades do país.

A primeira filha nasceu quando seu Nabor tinha 28 anos. Maria Idaci se tornou fruto do primeiro casamento do idoso com Anita Gonçalves Cordeiro, já falecida.

“Ele [o pai] me orgulha muito. Tá nessa idade, esquece as coisas de vez em quando, mas é a satisfação da gente, um orgulho ter ele ainda com a gente. Ele se preocupa com todos [os filhos] que estão passando por necessidade ou doença”, expressa a filha mais velha. “Nunca abandonou ninguém, sempre esteve ali, nunca deixou ninguém passando fome”, diz Maria.

Entre os muitos filhos, Nabor também tem inúmeros netos e bisnetos. Já possui até alguns trinetos, mas a família também não sabe ao certo quantos, até porque nem conhece todos.

Saúde e rotina

Nabor de Souza tem câncer de próstata há 18 anos, conforme a família, e no decorrer dos últimos anos, passou por tratamento com medicação, radioterapia e quimioterapia. Também já passou por cirurgia devido ao problema de saúde, mas, de acordo com os filhos, a doença se estabilizou e hoje não o incomoda tanto.

No último mês, o idoso contraiu Covid-19 e passou dois dias internado, fazendo uso de oxigênio, por conta da alteração da pressão. Os filhos explicam que a situação não se agravou e o pai logo recebeu alta.

Numa rotina tranquila, seu Nabor levanta sempre por volta das 7 horas. Gosta de tomar chimarrão ao lado do fogão a lenha, na companhia da esposa e dos filhos.

Logo vem o café da manhã, onde a polenta na chapa e a batata-doce são indispensáveis. A batata-doce, por exemplo, está presente inclusive no almoço e no jantar. É uma das comidas prediletas dele.

Depois do almoço, aproveita para tirar um cochilo e depois segue na “lida”, como ele chama o trabalho, fazendo até alguns serviços braçais na propriedade, como cortar lenha e dar comida para os porcos, por exemplo.

Já ao anoitecer, joga cartas quando tem companhia, sempre com um sorriso no rosto e bem-humorado para contar histórias.

Mesmo não podendo juntar todos os filhos para comemorar o Dia dos Pais, seu Nabor vai passar a data especial na companhia da esposa e dos filhos que têm por perto, com direito a churrasco e muita batata-doce.

“Eu sinto muito orgulho de ser filha dele. Ele sempre esteve presente, ajudando em tudo e preocupado com todos. Que ele tenha muitos anos de vida ainda e muita saúde para estar junto com nós”, deseja a filha Leodaci Aparecida de Souza, de 57 anos.

“Só tenho que agradecer a Deus pela vida dele, por todos estes anos ele estar junto com nós, apesar de passar por momentos difíceis na saúde, mas que ele superou e está levando a vida firme e forte. E por ele ter estado ao lado da gente, disposto a tudo. É um paizão, mais que um pai, um amigo”, completa Sonia Mara de Lima, de 38 anos, uma das filhas de seu Nabor com a atual esposa.

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