Tivi São Lourenço, 01 de julho de 2024
Social

Surto de sarna piora em Balneário Camboriú e atinge mais quatro cidades do Litoral Norte de SC

Itapema, Camboriú, Itajaí e Porto Belo também registram pacientes com a doença. Aulas foram suspensas em escolas e creches.

Por G1/SC

Atualizado em 26/06/2024 | 18:31:00

Mais de 120 casos de sarna foram registrados em cidades do Litoral Norte de Santa Catarina. Balneário Camboriú, Camboriú, Itapema, Porto Belo e Itajaí vivem o surto da doença de pele contagiosa. Creches e escolas chegaram a suspender aulas.

Confira como está a situação em cidades que tiveram casos confirmados.

Balneário Camboriú

Pelo menos 100 casos foram registrados na cidade. Nesta segunda-feira (24), as aulas voltaram nas duas creches que tiveram surto da doença no início do mês: Sementes do Amanhã e Rio das Ostras.

Atualmente, há quatro creches com aulas suspensas por causa da sarna: Criança Esperança, Iate Clube, Odácia Teresa Damásio e Taquaras, segundo a prefeitura. A previsão é que todas voltem a funcionar normalmente na próxima segunda (1º).

Outra, a Brilho do Sol, na interpraias, diagnosticou três casos. Por causa disso, a creche foi interditada nesta quarta (26) e vai passar por limpeza. As aulas devem voltar já nesta quinta (27).

Itapema

Em Itapema, o Centro Municipal de Educação Infantil Clube do Mickey, no bairro Várzea, registrou também casos de sarna em ao menos três crianças e suspendeu as aulas, que voltaram na segunda (24).

Outros dois casos foram registrados em escolas de ensino fundamental: Paulo Reis, no bairro Sertão do Trombudo, e Bento Elói Garcia, no bairro Morretes. Nessas duas unidades, houve limpeza, mas sem suspensão das atividades.

Camboriú

Na segunda (24), foram verificados com laudo médico três casos de escabiose em três unidades distintas da rede municipal.

No entanto, após levantamento e verificação com os diretores, nesta quarta (26), foram detectados um total de 25 casos, sendo 21 estudantes e quatro profissionais da educação, distribuídos nas 34 unidades que formam a rede municipal

Conforme a prefeitura, todos os casos têm laudos médicos e os pacientes foram afastados pelo tempo previsto nos atestados médicos.

Porto Belo

O município registrou quatro casos em uma única creche, o Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI) Lauro Mendonça.

Por causa disso, a prefeitura pretende realizar uma limpeza geral em todas as creches nesta terça, já que não haverá aulas por conta de uma capacitação que já estava pré-agendada para os professores

De forma especial, uma limpeza mais detalhada vai ser feita no NDI Lauro Mendonça, onde foram registrados os casos. Especificamente nesta unidade não haverá aula também na sexta-feira (28).

Itajaí

Em Itajaí, os casos foram registrados em março e abril. A Secretaria Municipal de Saúde informou que duas creches tiveram casos confirmados de escabiose neste ano.

Um caso foi isolado e em uma creche houve dois casos no mesmo período. Todas as situações foram devidamente monitoradas, tratadas e controladas.

Atualmente, duas creches são monitoradas com um caso cada em investigação.

Blumenau

Já na região do Vale do Itajaí, a cerca de 60 quilômetros de Itajaí, a cidade de Blumenau registrou dois casos na terça (25). Os pacientes são acompanhados pela Vigilância Epidemiológica e Vigilância Sanitária do município.

Até 13h08 desta quarta, a prefeitura não informado se os casos ocorreram em creches ou escolas.

Doença

O que é: a sarna humana é uma doença contagiosa causada por um tipo de ácaro. Ela causa coceira pelo corpo e pode provocar infecção na pele.

Transmissão: a transmissão de pessoa para pessoa ocorre facilmente, principalmente em ambientes fechados.

Tratamento: o tratamento consiste em passar pomadas, loções ou sabonetes, além do uso de remédio e de esterilizar roupas.

O médico infectologista e coordenador do curso de medicina da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Pablo Sebastian, falou que a doença tem fácil transmissão.

“Nós estamos falando de uma situação altamente contagiosa. Este ácaro é extremamente fácil de ser transmitido de uma pessoa a outra, então a sua contaminação realmente é favorecida pela aproximação entre as pessoas”, disse.

“O grande problema é que, além de contaminar as pessoas, ela infesta o ambiente. Então se nós fizermos o tratamento de uma criança, por exemplo, mas o seu redor não for cuidado, toalha, lençol, todos os meios onde essa criança entra em contato, ela pode acabar se reinfestando”, completou.

A universidade também faz um estudo sobre a relação da sarna com o uso do medicamento Ivermectina durante a pandemia.

“Foi solicitado pela Secretaria estadual de Saúde que nós conduzíssemos um estudo em relação à resistência desse ácaro. Então nós vamos fazer a pesquisa desses ácaros para fazer a procura realmente se há resistência ou não, mas o que nos parece já, nos estudos preliminares, é que, pelo tempo decorrido, não deve haver relação entre o uso do medicamento com o surto que está sendo manifestado agora", disse.

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