Pesquisadores descobriram que algumas espécies de plantas matam as larvas do inseto ou repelem a espécie.
Pesquisadores de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, estudam o uso de óleos essenciais de plantas no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, febre de chikungunya e vírus da zika. Em alguns dos resultados, os cientistas encontraram substâncias que matam as larvas do inseto ou repelem a espécie.
A pesquisa é feita na Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó). O professor Junir Antonio Lutinski, que atua no estudo, explicou que, nos experimentos, os extratos dos óleos essenciais são diluídos em água. Depois, são adicionadas larvas do mosquito, criadas em laboratório.
Pelo menos três espécies de plantas demonstraram que podem matar as larvas ou serem repelentes ao Aedes aegypti. Óleos essenciais extraídos da unha-de-gato (Uncaria tomentosa) e da casca d’anta (Drimys brasiliensis) apresentaram destaque em efeitos larvicidas.
Já o óleo extraído do crisântemo (Dendranthema grandiflorum) demonstrou efeito repelente.
No futuro, os pesquisadores esperam conseguir resultados que possibilitem a produção de novas soluções de combate à dengue.
“No caso do efeito repelente, a gente tem uma carência de produtos no mercado especialmente para pessoas e populações específicas que têm alguma restrição com os produtos comerciais disponibilizados pelas farmácias. Nesse caso, o resultado encontrado neste estudo é bastante promissor no sentido de apontar alguns caminhos, algumas possibilidades de produtos que podem vir a suprir essas lacunas”, disse o professor.
O estudo continua e não há prazo para conclusão. “Ainda a gente precisa avançar nas pesquisas de toxicidade sobre outras espécies", declarou o professor.
Inicialmente restrita a Santa Catarina, a pesquisa avançou para mais de 1,5 mil municípios da fronteira brasileira, em parceria com a Universidade Nacional de Misiones, na Argentina, segundo a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), um dos financiadores do estudo.
Dengue em SC
Santa Catarina já contabiliza, neste ano, mais de 4 mil casos prováveis dengue, de acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica do estado (Dive/SC). Além disso, uma morte foi confirmada, em Joinville, no Norte, a cidade mais populosa do território catarinense.
O estado iniciou 2024 com alta de 910% de casos de dengue entre 1º e 23 de janeiro, na comparação com o mesmo período de 2023. Os dados foram divulgados pelo governo de Santa Catarina.
Prevenção
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica divulgou orientações para evitar a proliferação do mosquito:
evite usar pratos nos vasos de plantas - se usá-los, coloque areia até a borda;
guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
mantenha lixeiras tampadas;
deixe os depósitos d’água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;
plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;
trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;
mantenha ralos fechados e desentupidos;
lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;
retire a água acumulada em lajes;
dê descarga no mínimo uma vez por semana em banheiros pouco usados;
mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;
evite acumular entulho, pois ele pode se tornar local de foco do mosquito da dengue;
denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde;
caso apresente sintomas de dengue, febre de chikungunya ou vírus da zika, procure uma unidade de saúde para o atendimento.
Sintomas
Segundo a Dive, os principais sintomas da dengue são:
febre de 39°C a 40°C de início abrupto
dor de cabeça
fraqueza
dores no corpo
dor nas articulações
dor no fundo dos olhos
manchas pelo corpo
perda de apetite
náusea
vômito
A recomendação da Dive é que quem apresentar os sintomas deve procurar um serviço de saúde.
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