É a primeira vez que isso acontece e representa um grande avanço nos transplantes e produção de órgãos.
É exatamente isso que você leu! Os cientistas da Universidade de Harvard conseguiram criar, do zero, um coração similar ao humano, que imita os batimentos cardíacos.
A notícia boa saiu na revista Science. É a primeira vez que isso acontece e representa um grande avanço nos transplantes e produção de órgãos.
“Este trabalho é um grande passo para a biofabricação de órgãos e nos aproxima de nosso objetivo final de construir um coração humano para transplante”, afirmou Kevin Parker, professor no SEAS (School of Engineering and Applied Sciences) e autor sênior do artigo.
As doenças cardíacas são uma das principais causas de morte no mundo. Isso porque, o coração, ao contrário de outros órgãos, não pode se reparar após uma lesão.
A fabricação
Os pesquisadores desenvolveram o coração usando células cardíacas, com fibras que direcionam o alinhamento celular e permitem que estruturas sejam controladas por engenharia de tecidos.
Os próprios autores do estudo afirmam que o objetivo final é construir um coração humano para transplante, do zero.
Desafio
O maior desafio ao recriar o coração humano foi a construção de estruturas únicas que formam esse órgão, como as geometrias helicoidais, responsáveis pelo movimento de torção à medida que o coração bate.
Segundo um estudo de 1969, de Edward Sallin, ex-presidente do Departamento de Biomatemática da Escola de Medicina de Birmingham da Universidade do Alabama, esse movimento é responsável por bombear sangue em grandes volumes.
“Nosso objetivo era construir um modelo onde pudéssemos testar a hipótese de Sallin e estudar a importância relativa da estrutura helicoidal do coração”, disse John Zimmerman, pós-doutorando da SEAS e co-primeiro autor do artigo.
Produção de nanofibras
E olha que incrível. Os cientistas usaram um sistema muito mais rápido que a impressão 3D, o FRJS (Focused Rotary Jet Spinning) – Fiação a Jato Rotativo que produz nanofibras, em tradução livre.
Para efeito de comparação, imprimir em 3D cada pedaço de colágeno no coração humano levaria mais de 100 anos. O FRJS cumpre a tarefa em um dia.
O resultado? Eles conseguiram um coração que bate!
“Felizmente, o professor Sallin publicou uma previsão teórica há mais de meio século e conseguimos construir uma nova plataforma de fabricação que nos permitiu testar sua hipótese e abordar essa questão secular”, concluiu John.
Assista (vídeo em inglês):
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