Criminosos roubaram R$ 20 mil dos idosos espancados
Arnoldo Lindner e Miriam Lindner carregam no corpo marcas de agressão causadas por quatro assaltantes. Sogro e nora foram brutalmente espancados e feitos reféns dentro de casa na manhã dessa terça-feira (29), em Joinville, no Norte catarinense. Dois suspeitos de auxiliarem no roubo, e outro envolvido, já foram presos, mas os assaltantes continuam foragidos.
Como iniciou assalto
Miriam (61) conta que estava no quintal cuidando de sua horta quando, por volta das 9h, decidiu retornar para casa para preparar o café da manhã. “Quando olhei para trás, me agarraram e me jogaram em cima de um monte de entulhos de arames velhos. Eu tô com as costas toda machucada”, relembra.
Os assaltantes a arrastaram amarrada até próximo à casa. Foi então que seu Arnoldo, um senhor de 92 anos, apareceu. “Eu só percebi quando eu saí para ver a nora trabalhar lá em cima. Quando eu cheguei, os caras estavam em cima da nora já”, recorda o idoso.
O grupo de homens partiu para cima de seu Arnoldo e o arrastou junto com Miriam por meio de árvores e arbustos do jardim. “De certo para a vizinhança não ver”, ponderou Miriam.
“Eles me derrubaram, me arrastaram para dentro da garagem e depois para dentro da casa”, relembra o idoso. Mirim conta que os assaltantes derrubaram seu Arnoldo no chão de britas da garagem e que alguns tapetes do imóvel ficaram cheios de sangue. “Eu disse: ‘deixa de judiar dele'”, conta.
“A gente fica tudo perdido, não sabe o que fazer. Só pensa em defender. Eles queriam me amarrar e eu fazia toda a força que podia para me soltar”, diz seu Arnoldo.
O que criminosos queriam
Dentro da residência, os assaltantes começaram a vasculhar os cômodos e móveis. Enquanto agrediam os idosos, exigiam a única coisa que procuravam: “Só queriam dinheiro, dinheiro e a chave do carro”, contou seu Arnoldo. “Eles falaram que se não achassem dinheiro ficava pior.”
“Eu dizia: ‘eu não tenho dinheiro, não tenho’. No fim, eles acharam um ‘tanto’ de dinheiro, depois de 15 minutos que me tavam judiando”, diz.
Os idosos ainda relembram que, assim que os assaltantes guardaram a quantia de R$ 20 mil, os trancaram dentro da casa e fugiram pela mesma área de mata de onde saíram.
Segundo Nelson de Oliveira e Silva, subtenente do 1º Batalhão de Pronta Resposta da Polícia Militar, o grupo de homens sabia onde estava o dinheiro. “Eles foram no local certinho onde estava o dinheiro, onde estava guardada a economia dos idosos”, afirma.
Pedido de ajuda
A residência dos idosos é monitorada pela Rede de Vizinhos, programa de segurança da PM de Santa Catarina. Uma moradora que passava pela rua no período da manhã e viu quatro homens em atitude suspeita informou o pai, que acionou a polícia.
Várias viaturas, incluindo equipes da DIC (Divisão de Investigação Criminal), foram mobilizadas para a ocorrência. Segundo o subtenente da PM, o “motorista” do grupo fugiu ao perceber a movimentação policial, abandonando os comparsas.
Quando os outros criminosos deixaram a casa, Miriam percebeu que deixaram uma porta aberta. Ela, então, saiu correndo para pedir ajuda a um vizinho que estava próximo, que também auxiliou a família.
Investigação
A equipe da Polícia Civil percorreu o caminho que os criminosos fizeram na área de mata, conforme o delegado Murillo Batalha. “Nós conseguimos localizar as vestes dos criminosos porque, com o intuito de atrapalhar as investigações e despistar a polícia, eles trocaram de roupas na área de mata. São criminosos que são da região, eles conhecem essa área de mata, conhecem os caminhos de fuga ali”, relata.
Após o primeiro suspeito, de apenas 19 anos, fugir, vendeu o veículo que usaram para o assalto, um Ford Versailles, e comprou outro carro para buscar o grupo.
Durante à tarde de terça-feira (29), a PM interceptou o segundo veículo, um Jetta preto. Durante a abordagem, foram detidos o jovem de 19 anos, que admitiu ter sido o motorista do roubo, e um adolescente de 17 anos, que havia recebido R$ 500 para auxiliar no resgate. Ambos resistiram à prisão, sendo necessário o uso de técnicas de imobilização.
Já o Ford Versailles foi encontrado na residência de um homem de 35 anos, que alegou ter comprado o carro por R$ 3 mil em uma negociação recente pela internet. Ele também resistiu à abordagem policial, sendo contido.
Durante a operação, a Polícia Civil apreendeu os celulares dos envolvidos, e todos foram levados à DIC, juntamente com os veículos, para os procedimentos necessários.
Traumas e marcas de agressão
“Se não achassem dinheiro, não sei o que iam fazer com a gente”, diz seu Arnoldo. O idoso conta que seu rosto está todo machucado, além dos braços que estão roxos e um ombro que está dolorido. “Mas isso vai passar. O trauma vai passar um dia”, diz.
Os idosos foram atendidos pelo Samu devido aos ferimentos causados durante o assalto.
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